9 de maio de 2012

Em nota, Caxias promete denunciar suposta escalação irregular de Oscar


A diretoria do Caxias decidiu nesta quarta-feira denunciar a suposta escalação irregular do jogador Oscar na primeira partida da final do Gauchão, no último domingo, no Estádio Centenário. O departamento jurídico do clube irá ingressar com a denúncia junto à Procuradoria do Tribunal de Justiça Desportiva. A equipe grená contesta a presença do jogador que marcou o gol de empate do jogo em Caxias do Sul.

O presidente Osvaldo Voges revelou que o clube da Serra buscará esclarecer as dúvidas dos "fatos novos" surgidos na última segunda-feira, quando a CBF emitiu um ofício para a Conmebol. A nota dá margem a diferentes interpretações. Se por um lado a entidade brasileira diz que teve de inscrever o jogador como atleta do Inter, por outro afirma que mantém contrato em vigor com o São Paulo.

- O Caxias está preservando os seus direitos. Há uma dúvida muito grande com o surgimento dos fatos novos. Precisamos averiguar essa situação. Não podemos abrir mão. Estamos envolvidos de maneira direta com a decisão do Campeonato Gaúcho - disse Voges.
Oscar teve seu nome reinscrito no Boletim Informativo Diário (BID) da CBF na semana passada e foi utilizado normalmente pelo técnico Dorival Júnior na decisão. O Inter ainda aguarda o aval da Conmebol para saber se o meia poderá atuar nesta quinta contra o Fluminense, pela Libertadores.

O próprio presidente do Inter, Giovanni Luigi, admitiu que o documento da CBF é dúbio e não garantiu a escalação de Oscar no Rio. Por isso, o Inter fará nova consulta à Conmebol.
- É realmente dúbio. É incrível uma entidade colocar o que está naquele texto. Mantive contato com a Conmebol, com a CBF. Falei com o presidente, que está em Zurique. Vamos aguardar. O jogador está registrado como atleta do Inter. É o que vale - afirmou, em contato com a Rádio Gaúcha.
Na última segunda-feira, o São Paulo entrou com recurso no Tribunal Superior do Trabalho (TST) para tentar anular o habeas corpus concedido pelo ministro Guilherme Caputo Bastos, que permitiu que o atleta voltasse a ser inscrito pelo Internacional. O documento será julgado por um colegiado de nove ministros na próxima terça-feira.
Entenda o caso
Em 2009, Oscar entrou na Justiça contra o São Paulo alegando que, quando tinha 16 anos, foi coagido pela diretoria tricolor a assinar um contrato com validade de três temporadas, o que é proibido pela Fifa. O jogador ganhou o julgamento em primeira instância e, com uma liminar a seu favor, virou dono de seus direitos federativos. Porém, o clube paulista conseguiu recorrer da decisão e cassar a liminar.
Desde então, Oscar e São Paulo travam uma batalha judicial há cerca de seis meses, com infrutíferas tentativas de acordo. Em junho de 2010, o meia conseguiu sua liberação e assinou com o Internacional, clube que pagou € 3 milhões (R$ 7,2 milhões) por 50% dos seus direitos federativos. Mas uma decisão da 16ª Vara do Trabalho de São Paulo devolveu o vínculo do atleta ao Tricolor do Morumbi.
Depois de 47 dias, Oscar teve seu contrato reativado na CBF e voltou a jogar pelo Inter no último final de semana, graças a um habeas corpus concedido pelo ministro relator, Guilherme Caputo Bastos. Mas a história ainda está longe de terminar. Nesta segunda-feira, o advogado do São Paulo entrou com um recurso no Tribunal Superior do Trabalho em Brasília para tentar cassar o habeas corpus. Ele será julgado na terça-feira da próxima semana.

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