Se no campo a seriedade e a antecipação são os seus cartões de visita, fora das quatro linhas Sandro Silva se destaca pela alegria, seja ao falar sobre o seu momento no Inter ou pela vestimenta. Ele se apresenta para a entrevista de boné branco para trás, moletom canguru cinza, calça jeans rasgada, brinco nas duas orelhas e tênis branco, azul e laranja. Um dos destaques colorados em 2012, o camisa 24 garante que no vestiário também é uma das estrelas no quesito figurino:
- No Inter, estou entre os três jogadores mais bem vestidos. E não estou contando vantagem. São eles (os companheiros) que acham. Até porque, no meu ponto de vista, eu sou o primeiro. Mas sou humilde (risos). Entre os 30 atletas do grupo, estar entre os três já está valendo.
Se o Dorival achar que devo jogar, ficar no banco ou na arquibancada torcendo, estarei com ele"
Sandro Silva
Os rivais, de acordo com o volante, são Tinga e Kleber. Ele ainda abre espaço para Dátolo, que chegou no início do ano no Beira-Rio e já fez trabalhos como modelo.
Fã de moda, o jogador revela que sempre gostou de saber o que está nas vitrines. Entretanto, não tinha condição de seguir as tendências. Há dois anos, com a ajuda do amigo Mário, estilista e modelo, começou a mostrar seu lado fashion. Interessado, procura informações em revistas. E comenta que, entre as suas "virtudes", está a de nunca repetir o mesmo visual:
- Gosto de aparecer em um lugar em que todo mundo pensa que vou estar de um jeito e chego de outro. Gosto de surpreender.
O camisa 24 do Inter revela que, inclusive, já fez algumas "fotos de modelo". Apesar disso, rechaça entrar no mundo da moda quando deixar os gramados:
- Deus não dá dois talentos. Eu só sei jogar futebol (risos).
O sorriso do jogador a cada frase se justifica. Em três meses, deixou o ostracismo (chegou a afirmar, ainda na pré-temporada, que cumpriria seu contrato com o Inter, que vai até dia 30 de junho, e retornaria ao Málaga, da Espanha), recuperou espaço e hoje é, ao lado de Dátolo, uma das grandes afirmações do Inter na temporada.
- As coisas estão dando tão certo para mim que, até quando eu paro no sinal, se ele está vermelho, fica verde - brinca.
- As coisas estão dando tão certo para mim que, até quando eu paro no sinal, se ele está vermelho, fica verde - brinca.
Sandro aponta a partida contra o Santos, no Beira-Rio, pela fase de grupos da Libertadores, como o momento de reviravolta. “Era a minha última oportunidade no Inter". E não seria fácil. Precisaria conter Neymar, principal jogador do país na atualidade. O volante não desperdiçou. Foi um dos grandes nomes da equipe. De quebra, ainda aplicou um lençol no camisa 11.
Não saiu mais do time. O volante agradece a oportunidade recebida do treinador e o apoio dos companheiros e diretoria, que fizeram de tudo para ele se adaptar a Porto Alegre. Ressalta que, no período em que disputava para ficar no banco de reservas, apesar da tristeza por não atuar, seguiu trabalhando com empenho para manter o físico.
Entre suas principais qualidades, assinala a marcação e a saída de bola. Reconhece que ainda precisa aperfeiçoar a virada de jogo e o passe. Humilde, Sandro Silva descarta que tenha assegurado sua vaga entre os 11 titulares. Afinado com o discurso do técnico, fala que apoiará qualquer decisão de Dorival:
- O Dorival sempre deixou bem claro que ninguém tem cadeira cativa no time. Não posso chegar e dizer que vou ser titular. Respeito a opção dele. Se ele achar que eu devo continuar jogando, ficar no banco de reservas ou na arquibancada torcendo, estarei com ele.
A decisão do Gauchão, em sua opinião, ainda está em aberto. O camisa 24 elogiou o futebol do Caxias. Lembrou que o time ainda trocou de treinador, o que sempre motiva o grupo. Para Sandro, o Inter precisa estar atento aos dois confrontos a fim de sair com o título do estadual:
- A gente tem de manter os pés no chão. Não podemos dar armas aos nossos inimigos. Temos de respeitá-los. Eles chegaram na final por méritos, mas esperamos sair vitoriosos.
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