É quase inexplicável, mas aconteceu. Depois de golear o více-líder Atlético-MG por 3 a 0, no Beira-Rio, o Inter perdeu para os dois últimos colocados em sequência e, nesta quarta, derrotou um adversário direto na luta pelo G-4. De virada, o 2 a 1 sobre o Vasco recolocou o time na briga por uma vaga à Libertadores. Se tivesse vencido os jogos que perdeu, somaria 54 pontos e estaria a um do São Paulo — hoje, o último classificado.
Com dois passes precisos de D'Alessandro para dois gols de Forlán, Fernandão foi contemplado por uma atuação destacada dos estrangeiros e também dos demais jogadores, taticamente. Depois do jogo, o treinador colorado fez questão de ressaltar que a ótima participação de Forlán é embrionária para 2013.
— O grande ano do Diego vai ser ano que vem. Foram 10 anos de Europa, jogando em campos menores, molhados, É diferente de jogar em um campo seco, com sistema tático muito bem definido. No Brasil, às vezes, é muito difícil definir um esquema tático, com marcação individual, com a marcação girando o tempo todo de um lado para outro. Essa adaptação dele é natural. Ele vai, aos poucos, se adaptando. Não tenho dúvidas: ano que vem será o grande ano do Diego aqui no Brasil — apostou o chefe.
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Em relação aos resultados que não vieram, às bolas que não entraram e aos pontos que não foram somados, Fernandão reiterou que o grupo tem condições de manter o padrão de qualidade apresentado contra o Vasco e, assim, não oscilar. Se vencer o Palmeiras, às 16h20min de sábado, no Beira-Rio, pode terminar a rodada a quatro pontos da zona de classificação à Libertadores.
— Não podemos lamentar os pontos perdidos, apenas recuperar daqui para frente. E fazer com que a equipe tenha um desempenho tático, em campo, para que possa suportar 90 minutos. Hoje, foi importante a maneira como encaramos a partida. Conseguimos criar com posse de bola. Parabéns aos jogadores por terem feito um grande jogo — elogiou o técnico.
A respeito do adversário de sábado, as derrotas para Atlético-GO e Figueirense, em sequência, deixaram lições. Devido a isso, Fernandão lembrou que o Palmeiras está em situação semelhante à dos adversários anteriores. Por isso, inspira cuidados. Principalmente devido aos tropeços colorados no Beira-Rio.
— O Palmeiras está se recuperando e precisamos estar atentos. Estamos sofrendo muito dentro de casa. Não brigamos por algo maior neste campeonato porque sofremos muito em casa. Temos que nos concentrar — sintetizou.
Confira os principais momentos da entrevista desta quarta de Fernandão:
O jogo
"Acima de tudo, a determinação que a equipe teve, o brio de saber que era um jogo importantíssimo por ser um adversário direto nessa briga pelas primeiras posições. Terminamos muito bem a partida."
Chances criadas
"O Diego (Forlán) se movimenta muito bem. Tínhamos combinado de abrir espaços. Se a bola chegar no pé do meia ou do lateral com qualidade para achar o Forlán, ele está sempre se movimentando. Ele teve méritos em duas finalizações e outra também pelo lado direito, com o Nei. São dois jogadores (Forlán e D'Alessandro) importantíssimos e temos que trabalhar para que possam manter esse nível de apresentação."
Possível renovação
"Tranquilo. Não tenho problema algum em relação ao ano que vem. Também não tenho nada garantido em relação ao Giovanni (Luigi, presidente do clube). Quero fazer meu trabalho, provar que tenho capacidade de estar onde estou. Meu futuro é o Palmeiras. Estarei concentrado para que a equipe jogue com a mesma qualidade que jogou hoje, tanto na parte tática como no estudo do adversário, que sempre faço."
Time ideal"É um time próximo do ideal (que venceu o Vasco). O Índio é titular e não jogou porque volta de lesão. Este ano, tivemos lesões devido à volta precipitada de jogadores. Vou segurar um pouco mais para que esteja melhor. Ele já treinou bem na segunda-feira, tem uma capacidade incrível, é um cara extraordinário, é um dos grandes zagueiros que vi e pude jogar ao lado. Tenho que fazer com que os jogadores estejam motivados, no momento certo, juntos, para que possam se entrosar. Às vezes, o time ideal que está na cabeça nem treinou."
Equilíbrio
"Temos que atacar com responsabilidade. Hoje, buscamos o ataque e, no segundo tempo, nos defendemos muito bem. Nem sempre vencer é só atacar. Saber se defender muito bem e sair numa condição boa para o ataque, bem organizado, também. Nos preocupamos, hoje, sabendo do Carlos Alberto e do Éder Luís, com o Ygor fechando para liberar os laterais e criar espaço para o D'Ale no meio. Nos defendemos bem e, ao natural, chegamos ao ataque. Não se pode só atacar, com seis, sete jogadores, e se despreocupar lá atrás. Um time equilibrado chega na frente com boas situações."
Dagoberto"Preocupa porque já tinha colocado o Cassiano lá do lado antes de bater a falta. Já tinha mandado pedir para ele sair. E ele não tinha sentido. O Muriel 'quebrou a bola' nele e ele sentiu. Tentei, no final do jogo, fazer a equipe crescer mais com as entradas do Cassiano e do Rafael Moura, e também com o Josimar, porque a bola aérea deles estava perigosa. Meu time estava baixo. Tive que colocar o Diego (Forlán) e o Dagoberto na barreira, e o Fred no primeiro poste, nos escanteios. O Guiñazu estava na área. As mudanças foram para o time crescer no final. Eles estavam tendo bola aérea o tempo todo."
Damião"Não sei ainda (se terá condições para sábado). Ele estava sentindo o adutor ainda, vamos ver. Ele ficou muito tempo sem treinar, vamos ver o que o professor Élio Carravetta (coordenador de preparação física) vai nos dizer amanhã (quinta-feira). E o Dagoberto preocupa. Ele sentiu no último lance. Não foi dor, mas sim em um lance. Quando sente assim, é porque preocupa."
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