Nem a distância de 1.106 quilômetros entre Porto Alegre e Varginha e o fato de ter umas principais folhas salariais do Brasil (R$ 8 milhões mensais), o que indica boa saúde financeira, fez o Inter fretar um voo entre as duas localidades. O clube, que se notabilizou nos últimos anos em fazer viagens de avião até para o interior do Rio Grande do Sul, alterou sua logística. A direção optou por dividir a empreitada em duas partes, o que evitaria mais tempo em aeroportos e diminuiria os gastos. Primeiro, a saída é pelos ares. Depois, por terra, numa espécie de "On the road" colorado, em livre referência à obra de Jack Kerouac.
A delegação deixou Porto Alegre para Guarulhos na noite da última quinta-feira. Em São Paulo, treina pela manhã e permanece até a tarde desta sexta, de onde ruma de ônibus até a cidade que ficou conhecida pela brincadeira de um possível extraterrestre em meados dos anos 1990, o ET de Varginha. Lá, será disputado o jogo válido pela 27ª rodada do Brasileirão neste sábado, às 18h30m, contra o Cruzeiro.
O supervisor de logística do Inter, Adriano Loss, explicou a decisão colorada. Segundo ele, o custo de um voo fretado inviabilizou uma viagem direta, do Rio Grande do Sul até o município mineiro. Outro empecilho foi a dificuldade de conseguir uma aeronave para fretar.
- Para fazer o voo, precisaríamos gastar algo em torno de R$ 300 mil, R$ 400 mil. Além disso, a gente precisar conseguir um avião disponível, o que não está fácil - aponta.
Ir até São Paulo em vez de rumar a Belo Horizonte encontra explicação na duração do voo. Até a capital mineira, desde Porto Alegre, levaria o triplo do tempo, em relação à primeira. Menos tempo no avião significa mais chance de descanso aos atletas. As distâncias de São Paulo e Belo Horizonte até Varginha são muito próximas (316 km e 318 km, respectivamente, cerca de quatro horas na estrada).
- Varginha é equidistante de São Paulo e Belo Horizonte. Se fôssemos até Belo Horizonte, viajaríamos três horas (de Porto Alegre a São Paulo, a duração do voo é de uma 1h10m). Então, preferimos evitar essa maratona, descansar em São Paulo, para depois prosseguir com o itinerário - defende Loss.
Preparador físico vê tempo para repouso
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O coordenador da preparação física do Inter, Élio Carravetta, comentou sobre a dupla viagem. O profissional ressalta que a imensidão do país se torna um obstáculo a mais para os jogadores, que precisam enfrentar longas jornadas. O que se agrava para os times do Sul e do Norte. No entanto, ele acredita que, com a parada em São Paulo, os colorados não sentirão tanto desgaste.
- Os jogadores brasileiros sofrem porque se trata de um país continental. Os clubes do Sul e o Norte sentem ainda mais as viagens pelas distâncias maiores. Só tem uma forma de recuperar, que é o repouso. Tem estresse da viagem, o que dificulta a recuperação. Mas vai ter tempo para o repouso - analisou Carravetta.
- Os jogadores brasileiros sofrem porque se trata de um país continental. Os clubes do Sul e o Norte sentem ainda mais as viagens pelas distâncias maiores. Só tem uma forma de recuperar, que é o repouso. Tem estresse da viagem, o que dificulta a recuperação. Mas vai ter tempo para o repouso - analisou Carravetta.
Após o jogo, por volta das 22h, o Inter deixa Varginha de ônibus em direção a Guarulhos. A chegada está prevista para as 2h de domingo. Às 9h10m, a delegação embarca para Porto Alegre, onde chega às 10h57m.
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