26 de fevereiro de 2013

Reunião na CBF extingue clássicos nas últimas rodadas do Brasileirão


reunião dos presidentes dos clubes na CBF (Foto: Rafael Ribeiro / CBF)
O Campeonato Brasileiro não terá mais suas últimas rodadas destinadas aos clássicos estaduais. O modelo, utilizado nos últimos dois anos, foi um dos temas de uma reunião na tarde desta segunda-feira entre o presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), José Maria Marin, e os representantes de 19 clubes da Série A na sede da entidade, no Rio de Janeiro (a Portuguesa não compareceu). Colocada em votação, a ideia foi reprovada pela maioria dos votos (11 a 8) e não fará mais parte da tabela nacional a partir deste ano. Outra mudança será que só na última rodada todos os jogos serão no mesmo horário (antes, isso era aplicado nas duas rodadas finais).
- O Vasco votou a favor (da extinção) e houve um consenso de que não haja mais clássicos em sequência no fim do Brasileiro. Pode até acontecer um, mas não achamos produtivo como está. Então, isso acabou - explicou o presidente do Vasco, Roberto Dinamite, que esteve na reunião.
Um dos motivos para a decisão foi o maior policiamento necessário para cobrir dois jogos simultâneos na mesma cidade. O modelo com clássicos na reta final foi instituído pela CBF em 2011 para evitar que os jogos das últimas duas rodadas percam emoção quando um clube se tornar campeão antecipadamente. Além disso, evitar que uma equipe sem ambições no fim do torneio não leve a sério um jogo contra um postulante ao título ou a uma vaga na Libertadores.
Notadamente, casos que chamaram a atenção aconteceram em 2009 e 2010. Com o Flamengo dependendo de uma vitória sobre o Grêmio na última rodada, em 2009, o time gaúcho escalou  reservas para o confronto no Maracanã. Se o Grêmio ao menos empatasse aquele jogo, o campeão seria o arquirrival Internacional. Ao fim dos 90 minutos, o Flamengo suou muito, mas venceu por 2 a 1, de virada, e ficou com a taça.
No ano seguinte, o Fluminense, que disputava o título ponto a ponto com o Corinthians, enfrentou e venceu nas últimas rodadas, fora de casa, os desinteressados Palmeiras e São Paulo. O derradeiro rival foi o já rebaixado Guarani, que mandou a campo um time de reservas. A vitória do Flu foi muito difícil, por 1 a 0, e valeu o título.

FGF confirma São Luiz x Caxias no sábado; Inter x Esportivo no domingo


Estão definidos as datas e os horários dos jogos das semifinais da Taça Piratini – primeiro turno do Gauchão.
Os dois jogos ocorrerão às 16h. Porém, a partida entre São Luiz x Caxias abre a disputa. Ela será disputada no sábado, em Ijuí.
Já o embate entre Inter x Esportivo ocorrerá no domingo. O time de Dunga, mandante do jogo, sediará a partida no Centenário, em Caxias do Sul.
Os vencedores das partidas se enfrentam no domingo, 10 de março. Quem conquistar o título, estará garantido na decisão do estadual.

Inter aguarda exame, mas projeta Ronaldo Alves fora por até um mês

Desolado, Ronaldo Alves acompanha restante do treino do Inter (Foto: Tomás Hammes / GLOBOESPORTE.COM)
Após ficar de fora do Gre-Nal, Ronaldo Alves deve ter ainda mais a lamentar. O zagueiro, que sofreu uma lesão muscular na coxa direita no último sábado, fará um exame de imagem para constatar a extensão do problema. De acordo com o departamento médico, a tendência é de que fique afastado dos gramados de três a quatro semanas.

Ronaldo se machucou em um lance inusitado. Durante o rachão realizado no gramado suplementar do Estádio Centenário, em Caxias, foi tentar salvar uma bola de calcanhar, se atrapalhou e caiu no chão. Ali, permaneceu até o término da atividade.

- Foi uma infelicidade. Ele foi salvar uma bola e sofreu a contratura - afirmou o médico Paulo Rabello.

Assim que sentiu, Rabello o atendeu prontamente, imobilizando o local. Desolado à beira do gramado, foi consolado por Dunga, que conversou um pouco com o jogador e deu um afago.
Os problemas na zaga não cessam por aí.
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Índio passou por uma cirurgia no joelho direito. A previsão é de que ficasse pronto para voltar aos trabalhos na última semana. Entretanto, a cicatrização demorou mais do que o planejado e o médico evita colocar um prazo para vê-lo em campo:
- O Índio está em uma fase de recuperação. Ele ainda está em processo de cicatrização na área da cirurgia. Está caminhando bem, sem dor, mas é preciso esperar por mais tempo.
As situações de Willians e Dátolo seguem conforme o planejado pelo departamento médico colorado. O volante, um dos destaques do time neste início de temporada, sofreu uma lesão no ligamento do joelho esquerdo. Precisará de mais três semanas de recuperação. Já o argentino, que apresentou uma lesão muscular na coxa esquerda, ficará de fora de pelo menos mais uma semana até ser entregue à preparação física.
Já Kleber iniciou a fisioterapia há quatro dias. O lateral-esquerdo teve uma ruptura no tendão do pé esquerdo, precisou passar por uma cirurgia e deve ficar mais um mês afastado dos gramados.

Inter aprova acolhimento em Caxias e pode voltar ao Beira-Rio só em 2014


O novo campo, que receberá a grama Bermuda e contará com sistema de irrigação a vácuo deve ser finalizado o replantio até o começo de março (Foto: Tomas Hammes / GLOBOESPORTE.COM)
O Beira-Rio pode demorar um pouco mais para voltar a receber jogos. A direção, que antes dizia que o estádio ficaria fechado até setembro, agora já estuda a possibilidade de atuar em sua casa em 2014, quando a reforma estiver totalmente finalizada.
O pensamento é evitar passar por qualquer transtorno. Até os problemas recentes enfrentados pela Arena do Grêmio ligaram o alerta, mesmo que a direção não admita publicamente. O presidente Giovanni Luigi disse que o assunto será discutido mais próximo à data antes estipulada para o retorno. Em setembro, faltará a finalização da cobertura e o edifício-garagem pelo cronograma.
- Iremos avaliar. Ele estará todo pronto em dezembro. Em setembro, o Beira-Rio já poderá receber jogos. Existe ainda a questão da membrana (cobertura do estádio). São detalhes que não interferirão nos jogos. É uma tendência a gente voltar em setembro, mas a gente vai analisar - afirmou, em entrevista à Rádio Gaúcha.
A mudança no planejamento também foi indicada no site do clube. Após a vitória no Gre-Nal do último domingo por 2 a 1, um texto dizia que o “Centenário virou o Beira-Rio” e que o estádio do Caxias será a casa colorada até o término de 2013. Na cidade serrana, já há outdoor dando boas vindas “à terra do clube do povo", como se intitula o Inter.
Outdoor do Inter em Caxias (Foto: Divulgação / AI Internacional)Outdoor saúda o Inter em Caxias (Foto: Divulgação / AI Internacional)
Luigi também agradeceu o acolhimento do povo de Caxias. Durante o final de semana, a delegação foi muito assediada pelos moradores da cidade. A todo o momento, no hotel ou durante os treinos, torcedores buscavam contato com os ídolos, pedindo autógrafos e batendo fotos. Até o presidente, que sofre contestações desde o ano passado, e que cresceram com sua reeleição sem o voto dos sócios (ganhou em primeiro turno, no Conselho Deliberativo), era abordado para conversar e tirar fotos com os colorados.
- Estamos sendo muito bem recebidos em Caxias. A cidade será nossa casa por bastante tempo.
Neste domingo, o Inter volta a atuar no Centenário. Às 16h, o time de Dunga enfrenta o Esportivo pelas semifinais da Taça Piratini, o primeiro turno do Gauchão. Ainda não está definida a data da viagem. A princípio, a delegação parte no sábado após o treinamento.

Inter fala em lista de 15 meias e vê 'difícil' contratação de Alan Patrick


Alan Patrick Shakhtar Donetsk (Foto: Divulgação)
O Inter não se dará satisfeito assim que anunciar o volante Airton, cuja contratação está bem encaminhada. A direção também busca um meia. A lista para o setor de criação é grande: teria 15 nomes. Quem encabeça é Alan Patrick, mas o negócio é considerado complexo.
Giovanni Luigi comentou sobre o tema. Admitiu que o time busca um reforço para o setor e que há um leque enorme de opções. Entre eles, o do ex-santista. Reticente, entende que é uma transação complicada pelos valores pedidos pelo Shakthar.
- A gente tinha uma relação de 15 armadores. O Alan Patrick teve uma repercussão maior. Ele dificilmente virá, até pelas circunstâncias financeiras - afirmou em entrevista à Rádio Gaúcha.
Apesar do discurso ponderado do presidente colorado, as tratativas podem evoluir. Luigi e o diretor de futebol, Marcelo Medeiros, estão no Rio de Janeiro para uma reunião com a CBF. Eles aproveitarão a viagem para tentar oficializar a contratação do volante Airton, do Flamengo.
Os movimentos dos colorados não terminarão por aí. Um encontro com Bruno Paiva, empresário de Patrick, está na pauta e apresentará as condições de negócio com os ucranianos. Paiva, inclusive, já foi liberado para saber o que o Shakthar deseja para liberar o meia. 
Alan Patrick seria uma reposição a D’Alessandro, Fred e Dátolo. Este último sofreu uma lesão muscular na coxa esquerda. João Paulo e Vitor Júnior tiveram oportunidades, mas não conseguiram render o esperado. O nome de Vágner, do Fluminense, foi aventado. No entanto, ele não interessa porque é canhoto, assim como o trio principal do setor.
O meia de 21 anos foi campeão da Libertadores pelo Santos em 2011. No Peixe, disputou 39 jogos, marcando sete gols. Pelo Shakthar, não conseguiu ter sequência. Segundo o site oficial da equipe ucraniana, disputou apenas três partidas, tendo marcado um gol.

Beira-Rio: Inter traz grama inédita ao Brasil, e plantio começa em março


beira-rio gramado (Foto: Divulgação)
Pioneirismo e antecipação. O Inter se baseia nesses dois pilares para se entusiasmar com o projeto do que será o gramado do futuro Beira-Rio. O novo tapete contará com material inédito no Brasil e já tem previsão de ser completamente plantado até o fim de março.
A partir dessa data, ocorrerá o enraizamento e o fechamento do gramado. A totalidade do processo se estenderá até setembro, de acordo com o diretor de patrimônio do Inter, Hélio Giaretta.
As diferenças em relação ao campo em que os joagdores pisaram até o fim do ano passado são muitas. Primeiro, o gramado foi centralizado em quatro metros. Abaixo da grama, há camadas de brita e areia, que foram enviadas para análise a uma empresa de fora do país. O gramado será do tipo bermuda, mas com material importado de nome "tifgrand", e resistirá às baixas temperaturas. Giaretta garante que não haverá irregularidades:
- É uma grama especial. Algumas partes virão de fora do Brasil. Será a primeira vez no país. Houve todo um estudo para nada sair errado. Os materiais têm especificações técnicas bem refinadas. A grama e a brita foram enviadas para fora do país. Será de semente ou muda. A bola rolará perfeita. O gramado, que já era um tapete, será ainda melhor.

Projeto em parceria com a Fifa
A certeza do dirigente vem da bateria de testes por qual passou o gramado. O projeto, revela, foi desenvolvido em parceria com a Fifa. Para evitar qualquer contratempo, a empresa irlandesa STRI, mesma que ajudou nos campos da Copa do Mundo da África do Sul, entrou em ação e analisou microclima, o ambiente e tudo que poderia causar algum impacto no campo.
- O estudo começou no início de 2012. A STRI fez um estudo do clima do nosso estado, da iluminação natural na grama e averiguou cada especificação do projeto. Ela avalizou tudo.
O campo de jogo ficará mais centralizado em relação ao local que está hoje (Foto: Tomas Hammes / GLOBOESPORTE.COM)

Ano novo, média nova: Diego Forlán quadruplica gols no Inter em 2013


Forlan comemora gol do Internacional sobre o Grêmio (Foto: Edu Andrade/Agência Estado)
O Diego Forlán que foi apresentado em 2012 parece ter desembarcado neste ano em Porto Alegre. A mudança é radical. Houve a pré-temporada com o restante do grupo. Há um conhecimento maior dos companheiros. Mas, para atacante, o que importa é o gol. E, neste sentido, a diferença é gritante.

O uruguaio ainda não conseguiu alcançar o número de gols da última temporada pelo clube gaúcho, é verdade. Em seus primeiros seis meses de Beira-Rio, Forlán balançou as redes em cinco oportunidades nas 19 partidas em que esteve em campo. Mas falta apenas um. Com um detalhe: em apenas cinco jogos.
Até o momento, o atacante atuou durante 435 minutos. A média é de um gol a cada 108 minutos. Ou, 0,8 gol por partida. A média de gols de Forlán neste início de 2013 é quatro vezes maior do que a apresentada no ano passado, que foi de 0,2 por partida.

Embora, em tese, a qualidade das equipes tenha caído em relação ao Brasileirão, uma vez que, neste ano, o Inter disputou apenas jogos no Gauchão, a perfomance de Forlán arranca elogios de todos. Dos companheiros, passando por Dunga, até a direção, que já coloca como prioridade a execução de um agressivo plano de marketing para o atleta.
Forlán20122013
Jogos195
Gols54
Média0,20,8
Mas, afinal, o que ocorreu? Para Dunga, a explicação é simples. Toda a expectativa criada com sua contratação aumentou a cobrança. Principalmente a do próprio Forlán. Mais aclimatado no Beira-Rio, tendo iniciado a pré-temporada com os companheiros e recebendo o respaldo da comissão técnica, conseguiu desempenhar aquilo que se espera do melhor jogador da Copa do Mundo de 2010.
- O Forlán queria mostrar que podia jogar aqui o mesmo que mostrou na Copa. E existe cobrança, mesmo para alguém como ele. Até dele mesmo. O que eu tento é passar confiança porque sei que ele pode repetir as atuações.

Coleção sortida de gols
O atacante tem marcado gols de todas as formas. No Gre-Nal do último domingo, fez de pênalti o primeiro. O Grêmio, aliás, virou seu alvo. No primeiro clássico da temporada, ele recebeu passe de D´Alessandro com o pé direito, driblou Alex Telles e, de canhota, chutou no canto direito de Busatto. Forlán ainda balançou as redes contra o Pelotas. Duas vezes. O primeiro, em uma aparada no cruzamento de Fabrício. O segundo, um golaço. Fabrício o lançou. Ao perceber que Jonatas estava fora do gol, o uruguaio o encobriu.
Até por isso, Dunga tem o mantido mais tempo em campo. No Gre-Nal do último domingo, foi sacado já nos descontos, aos 46 minutos, para a entrada de Vitor Júnior. A ideia é utilizá-lo o máximo possível para cada vez mais pegar ritmo e elevar sua autoestima.
- Um jogador da qualidade do Forlán só precisa ter tranquilidade. Não se pode colocá-lo em um dia, criticá-lo e depois o retirar. É preciso dar confiança.
A estratégia tem dado certo. Forlán se tornou o principal jogador do Inter. A torcida e Dunga torcem para que ele mantenha o nível das atuações para colocar o time na disputa de todas as competições (Gauchão, Copa do Brasil e Brasileirão).

22 de fevereiro de 2013

Jean Pierre Lima apita o Gre-Nal 396


árbitro Jean Pierre Gonçalves Lima (Foto: Agência Estado)
Também foram definidos os demais árbitros das outras quarta de final: Leandro Vuaden apita Caxias x Sâo José; Márcio Chagas, São Luiz x Cerâmica e Fabricio Neves Corrêa apita Lajeadense x Esportivo.

> Confira os horários:
Sábado
São Luiz x Cerâmica - 18h30m
Caxias x São José-RS - 21h
Domingo
Internacional x Grêmio - 16h
Lajeadense x Esportivo - 18h30m

Apesar da procura baixa, Inter aposta em Centenário lotado no Gre-Nal


Inter torcida Gigantinho (Foto: Tomás Hammes / GLOBOESPORTE.COM)
A mobilização colorada ainda é tímida para o Gre-Nal 396. Até as 16h desta quinta-feira, apenas 3,5 mil dos torcedores do Inter confirmaram sua presença no clássico deste domingo, que será disputado às 16h no Estádio Centenário em Caxias. A direção, todavia, ainda aposta em bom público.

Os ingressos começaram a ser vendidos hoje. Até o momento, cerca de 1,5 mil colorados adquiriram suas entradas. Somam-se a eles os 2 mil que realizaram o check in - sócios contribuintes que não pagam tíquetes, mas precisam confirmar sua ida ao jogo. O diretor de administração, Régis Shiba, no entanto, acredita que eles sejam comercializados até o sábado:
- Foram vendidos 1.500 ingressos. Além disso, já passamos de 2 mil pessoas que fizeram o Check in. Devemos ter um bom público, casa cheia. O pessoal deve confirmar até a véspera do jogo.
Os torcedores que compraram os ingressos foram os colorados que são sócios da modalidade “Campeão do Mundo”, que têm 50% de desconto nas entradas. A partir desta sexta, a procura deve aumentar porque o público em geral poderá adquirir o tíquete.
Com capacidade para 25 mil torcedores, o Centenário poderá receber até 21.040 pessoas no domingo. Deste total, 18.840 são destinados ao Inter, mandante da partida. As arquibancadas custarão R$ 70 e as cadeiras serão vendidas ao preço de R$ 100.


D'Ale elogia rival, mas vê sequência como trunfo: 'Temos entrosamento'


Apesar de embalado, o Grêmio não entra como favorito para o Gre-Nal deste domingo, às 16h, no Centenário em Caxias. O conhecimento do grupo, que está jogando junto desde o início da temporada, além de manter a base do ano anterior, surge como trunfo para o Inter vencer o clássico válido pelas quartas de final da Taça Piratini – primeiro turno do Gauchão. Pelo menos essa é a opinião de D’Alessandro.
D'Alessandro meia Inter (Foto: Rafael Antoniutti / Divulgação TXT Assessoria)D'Alessandro falou sobre sua expectativa para o Gre-Nal (Foto: Rafael Antoniutti / Divulgação TXT Assessoria)
O argentino comentou sobre o que espera do time de Vanderlei Luxemburgo para o duelo deste final de semana. O camisa 10 enalteceu as contratações realizadas pela direção tricolor nesta temporada, que, segundo ele, agregaram qualidade ao grupo. Porém, o capitão colorado acredita que a falta de entrosamento do rival pode pesar. Os reforços Barcos, André Santos, Welliton e Adriano - que se somaram a Vargas, Cris, Dida, Willian José como principais novidades – ainda carecem de mais tempo juntos. Justamente o ponto principal colorado. Mesmo com as perdas dos lesionados Willians e Dátolo, El Cabezón avalia que a mecânica de jogo foi mantida:
- Não acredito que o Grêmio tenha melhores jogadores (do que o Inter). Não faço comparação individual porque não cabe. Você faz isso no tênis, que se joga sozinho. O elenco deles é muito bom. Fizeram contratações de qualidade, além do que já tinha. Só que acho o Inter um pouco mais entrosado porque teve mais sequência. A gente perdeu o Willians e o Dátolo, mas quem entrou deu conta do recado.
D’Ale disse que assistiu ao confronto gremista com o Fluminense na noite da última quarta-feira. O argentino entendeu que era importante conhecer as armas do rival e elogiou o rendimento tricolor na vitória por 3 a 0 sobre o atual campeão brasileiro em pleno Engenhão.
- Eu vi o Luxa falar que o Grêmio não é melhor porque ganhou do Fluminense nem pior porque perdeu do Huachipato. Vi o jogo, é nosso rival e é importante conhecer o adversário. O Fluminense foi muito abaixo. Eles reconheceram. Mas é bom dizer que o Grêmio teve méritos, foi inteligente, fez um segundo tempo muito bom e soube aproveitou os espaços. A gente viu o que tem que cuidar.

Para D'Alessandro, mesmo que o Grêmio não tivesse se encontrado e sofrido nova derrota, entraria no clássico com as mesmas chances ou até mais motivado para dar uma resposta ao torcedor.
- O Gre-Nal é diferente. Você não ganha com a moral. É outra competição agora. Se tivesse perdido, acho que viria com ainda mais força porque estariam em uma situação distinta. para a gente segue tudo igual, não muda nada. Mas é claro que serve para eles trabalharem com mais tranquilidade.
O Inter viaja na noite desta quinta-feira para Caxias. Na sexta à tarde, realiza um treinamento no Centenário, local do jogo. No sábado, trabalha em local a ser definido.

Trunfos no Gre-Nal: Grêmio desafia Inter, absoluto fora da capital


A bola rolando, a disputa palmo a palmo no campo, lance a lance, tudo isso constitui o núcleo-base de um grande clássico. Mas boa parte da atmosfera de um embate entre gigantes também se deve às expectativas criadas antes de o apito inicial. Com o Gre-Nal, não é diferente. E o clássico 396, que será disputado no domingo, no estádio Centenário, em Caxias do Sul, oferece um cardápio sortido de retrospectos, alentadores para Inter e Grêmio. É só viajar no tempo e escolher um lado.
montagem histórico gre-nal gre-nais carrossel (Foto: Editoria de Arte/Globoesporte.com)Damião e Forlán marcaram em Erechim. Já Kleber foi algoz nas quartas de final de 2012
(Foto: Editoria de Arte/Globoesporte.com)
Este será o décimo Gre-Nal fora de Porto Alegre. Pela primeira vez, dois clássicos serão disputados consecutivamente em outro local senão os estádios dos clubes. Bom para o Inter, afinal o histórico colorado longe da capital gaúcha beira o arrasador. Em nove jogos, são cinco vitórias, dois empates e apenas dois sucessos tricolores.
Grêmio nas quartas do 1º turno
Grêmio 2 x 0 Juventude - 2009
Grêmio 4 x 2 Veranópolis - 2010
Grêmio 5 x 0 Ypiranga - 2011
Inter 1 x 2 Grêmio - 2012
Aliás, foi o Grêmio que venceu o primeiro deles, em confronto amistoso no feriado de 7 de setembro, em Rio Grande, na zona sul do estado. O Grêmio venceu por 2 a 1, gols de Élton e Marino. Flavio descontou. A partida valia a Taça Taça Ipiranga, em 1962.

Também está na conta do Grêmio a vitória no único Gre-Nal fora do país, em Rivera, na fronteira com Santana do Livramento, pelo Gauchão de 2011. Os dois times foram com seus reservas. Bruno Collaço, Lins (Grêmio) e Guto (Inter) marcaram. A casa colorada fora do Beira-Rio é o Colosso da Lagoa, em Erechim. Jamais perdeu um Gre-Nal por lá. São quatro vitórias consecutivas desde 2009 - a última delas ocorreu em 3 de fevereiro, pela fase de grupos do estadual, gols de Forlán, Damião. Fernando descontou.
Ao Grêmio, resta o espírito "copeiro" em mata-mata. Desde a adoção da fórmula atual do Gauchão, em 2009, o Tricolor nunca caiu nas quartas de final do primeiro turno. Foram eliminados, na ordem: Juventude, Veranópolis, Ypiranga e Inter. Aliás, a vitória contra o maior rival, nas quartas do ano passado, tem os mesmos moldes de agora, com o Colorado jogando como mandante.
diego clementino grêmio x internacional (Foto: Agência Estado)Inter domina em jogos fora, mas único Gre-Nal no
exterior foi vencido pelo Grêmio (Agência Estado)
Em 2012, o Grêmio vinha em crise, com Vanderlei Luxemburgo recém contratado e assistindo ao clássico nas cabines do Beira-Rio. Roger Machado treinou interinamente, e o time venceu por 2 a 1, gols de Léo Gago e Kleber Gladiador, que pode retornar de lesão exatamente no domingo, no Centenário.

Além dessa eliminação, o Inter já havia caído nas quartas do primeiro turno em 2011, derrotas nos pênaltis para o Cruzeiro-RS.

Levará vantagem o Inter "forasteiro" ou o Grêmio "copeiro"? A conferir, a partir das 16h de domingo, em Caxias do Sul.
Gre-Nais fora de Porto Alegre
Gre-NalDataPlacarCampeonatoEstádioLocal
39503/02/2013Inter 2 x 1 GrêmioGauchãoColosso da LagoaErechim
38430/01/2011Grêmio 2 x 1 InterGauchãoAtílio PaivaRivera
37931/01/2010Inter 1 x 0 GrêmioGauchãoColosso da LagoaErechim
37408/02/2009Grêmio 1 x 2 InterGauchãoColosso da LagoaErechim
35904/04/2004Grêmio 1 x 2 InterGauchãoMontanha dos VinhedosBento Gonçalves
31421/06/1992Grêmio 0 x 0 InterAmistosoColosso da LagoaErechim
17621/03/1965Grêmio 0 x 0 InterAmistosoBaixada RubraCaxias do Sul
16919/04/1964Inter 1 x 0 GrêmioAmistosoPlátanosSanta Cruz do Sul
16107/09/1962Grêmio 2 x 1 InterAmistosoWaldemar FetterRio Grande

Desconfiado, 'militar' e contador de piadas, Dunga impõe regras no Inter


Dunga chegou à sala de imprensa do CT do Internacional para conceder a entrevista e passou cerca de dois minutos atento a mensagens em seu telefone celular. Sentou-se ao lado do repórter sem cumprimentá-lo e, nas primeiras respostas, nem sequer olhava em seus olhos. Depois de 40 minutos, mais do que o prazo que havia estipulado, estava mais relaxado na cadeira, sorridente e batendo papo.
Isso revela uma das características de Dunga: ele é desconfiado. Principalmente com jornalistas. Outros traços de sua personalidade são facilmente identificados em frases e palavras-chave usadas durante a conversa: regras, postura, conduta, moral, ética, trabalho, respeito, hierarquia... Ele também é certinho. Quase militar.
Mosaico - Entrevista Dunga (Foto: Editoria de Arte)Trabalho no Inter é o primeiro de Dunga como técnico de um clube depois da Seleção (Foto: Editoria de Arte)













A imagem de homem bravo não é totalmente verdadeira. É o que garante o treinador colorado. O rótulo rendeu uma hilária sequência de vídeos na época da Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, quando comandava a seleção brasileira. As inúmeras e ríspidas discussões com jornalistas inspiraram uma sátira do filme “Um dia de fúria”, em que o ator Michael Douglas, dublado como se fosse Dunga, destilava sua ira contra imprensa e adversários. Até o atacante Robinho virou personagem. Engana-se quem pensa que a brincadeira deixou o técnico irritado.
- Passei os vídeos para os jogadores na Copa. Achei graça, foi muito bem montado, bem feito. Foi o momento de dar uma relaxada, todo mundo deu risada, e também para mostrar como as pessoas enxergam de fora, sem conviverem diretamente comigo. Criaram essa imagem que estou sempre invocado, não é assim.
A verdade é que Dunga não se preocupa em fazer agrado aos que não trabalham com ele. Por outro lado, defende seus parceiros com unhas e dentes, sem medir esforços. Ao lado deles, joga futebol, se diverte e até conta piadas, embora diga que não possui tanto talento para fazer as pessoas rirem. A explicação para o comportamento tão distinto é simples:
- Quem trabalha comigo resolve meus problemas. Os outros só vão me criar mais.
O que sou no trabalho, sou fora. Conto piadas, me divirto, mas as coisas têm que ter um certo caminho. Tem de haver regras. Se cada um faz o que bem entende, vira confusão"
Dunga
É dessa forma que o capitão do tetracampeonato da seleção brasileira, em 1994 nos Estados Unidos,  tenta conquistar a todos no Inter. Com transparência e “regras de convívio”. Após dois meses de trabalho, Dunga está na fase inicial: entender como pensa cada jogador, e como deve lidar com cada um deles. Em seus times, cobrança vai existir sempre, mas de maneiras diferentes.
Alguns são pressionados com mais ênfase, voz dura. Com outros, o técnico acha que funciona melhor uma ironia fina, quase em tom de brincadeira. Mas de uma coisa ele não abre mão: falar a verdade, por mais incômoda que seja.
- As pessoas têm de aprender a confiar em ti. Elas vão ouvir coisas de que não gostam, mas saberão que você está falando a verdade.
Entre as “regras de convívio” estipuladas por Dunga no Colorado estão: fazer com que todos se sintam importantes e promover momentos de união. As refeições, por exemplo. Algo que ele carrega desde os oito anos de idade, quando limpava e lustrava a casa, arrumava as camas, comprava comida... O pai trabalhava, a irmã estudava, e a mãe fazia as duas coisas. O almoço e o jantar eram os únicos instantes de família reunida.
Nos dois anos e meio em que ficou sem trabalhar no futebol, depois da derrota para a Holanda nas quartas de final da Copa de 2010, Dunga se dedicou à família, aos investimentos e a obras sociais. Ele está prestes a finalizar uma casa para pessoas com síndrome de Down e tem projetos destinados a crianças, idosos e moradores de rua. Nesse período, recebeu convites sedutores. No primeiro ano, clubes europeus lhe ofereceram um bom dinheiro, mas não estava em seus planos largar a família. Depois, outros brasileiros, como o São Paulo, o procuraram. E Dunga usa uma comparação inusitada para explicar por que não aceitou.
Dunga técnico Inter (Foto: Tomás Hammes / GLOBOESPORTE.COM)Dunga comanda treino no CT do Internacional
(Foto: Tomás Hammes / GLOBOESPORTE.COM)
- Eu queria ter convicção de que o clube queria aquilo, que não estava me chamando porque a torcida ou a imprensa falavam. Tinham de querer um técnico com o meu perfil de atacar logo e resolver os problemas, tomar atitudes. É como o alcoólatra, que sabe que precisa de ajuda, mas no fundo não quer. Será que os clubes realmente queriam aquelas mudanças?
Outra lembrança que o comandante traz da infância é o momento sagrado de hastear a bandeira e cantar o hino nacional, às segundas-feiras, na escola. Desde os berros e a taça do mundo erguida com a camisa 8 na Copa de 1994 até o discurso nacionalista, em que pregava o amor à Seleção, quando se tornou técnico, Dunga sempre fortaleceu a imagem de patriota nato. Se quiser irritá-lo, basta menosprezar um símbolo do Brasil.
O gaúcho acha uma bobagem, por exemplo, a lei que determina a execução do hino antes de cada jogo de futebol. Para ele, é marketing, e seria mais importante investir no patriotismo das crianças. Apesar da postura quase militar, Dunga não serviu o exército, mas lamenta a banalização da instituição.
- Já vou ser polêmico, né, mas antigamente os jovens com uma conduta errada iam para o exército e voltavam diferentes. Depois de alguns episódios, marcamos o exército como se fosse todo ruim, mas deve ter coisas boas: disciplina, hierarquia, conduta. Hoje em dia, o cara ter moral e caráter é exceção.
Hoje um guri de 20 anos já tem empresário, que vai à imprensa e diz que ele é craque, que não pode ser reserva. O Zico foi reserva! Estamos criando uma geração que não consegue superar obstáculos. Time que ganha é o que sofre"
Dunga
Dunga é um homem de opiniões firmes. Mano Menezes e os “craques” da atualidade que o digam. Num camarote do carnaval no Rio de Janeiro, o ex-comandante disse que a Seleção não tinha definições, e agora, com Felipão, tem um rumo. Durante a entrevista, ele reforçou a crítica a Mano:
- Em uma seleção com 12 goleiros e dez atacantes, não pode ter uma definição. Todos pensam isso, mas têm medo de falar. Se tu vai concordar com o Felipão é outra coisa, mas ele tem convicção.
A banalização do termo “craque” também o enlouquece. Ele acha que a geração atual de atletas, coberta de mimos e cuidados, não é capaz de enfrentar grandes dificuldades, reflexo do que ocorre com a juventude na sociedade. Para receber de Dunga o rótulo de craque, é preciso ostentar currículo invejável. Currículo que Neymar, por exemplo, ainda não tem.
- Tem de jogar bem por três ou quatro anos no Campeonato Brasileiro, depois jogar bem na Seleção e ganhar. Tem de ter o nome formado e ganhar. Tem que ganhar!
Inspirado em técnicos como Jair Pereira, Sebastião Lazaroni, Parreira, Zagallo, Jair Picerni, Felipão e Sven-Goran Eriksson, Dunga garante ter sido muito feliz na Seleção. Ele só não era feliz quando se sentava na cadeira para dar entrevistas. Sua maior bronca é com jornalistas que não aceitavam opiniões contrárias, e com os que, à distância, palpitavam sobre o time.
O confronto era tão aberto que o técnico passou a fazer pesquisas e se informar para, se fosse preciso, contestar os repórteres com fatos. Foi o que ocorreu quando foi questionado sobre a ausência do atacante Nilmar da convocação, e, sem muito tato, respondeu que o jogador havia passado por uma cirurgia na véspera. O que é um bom jornalista para Dunga?
- É aquele que dá notícia. Muitos fomentam, inventam, dão a notícia do amigo, dão a notícia contrária porque não ganharam uma entrevista, criam a todo instante, sabem a verdade, mas não escrevem porque não vende. Na Seleção tem muito disso.
Muito mais simpático do que em sua chegada à sala, Dunga avisou que precisava trabalhar. Soa esquisito, mas esse é o primeiro clube de futebol que ele treina. Ao contrário da seleção brasileira, em que tinha tempo para avaliar decisões e ter uma margem de erro menor, no Internacional o desgaste é ampliado. Dunga cuida de tudo para garantir que, no campo, nada atrapalhe seu grupo. E domingo tem Gre-Nal, às 16h em Caxias do Sul, válido pelas quartas de final da Taça Piratini.
Sempre se dizendo apoiado em regras, postura, conduta, moral, ética, trabalho, respeito, hierarquia... Esse será o roteiro do Colorado em 2013.
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Dunga em entrevista coletiva após a convocação da seleção brasielira (Foto: Agência Photocâmera)