Gigante Para Sempre. O nome do projeto de reformulação do Beira-Rio serve como uma prévia do que é proposto para o estádio que abrigará cinco jogos da Copa do Mundo de 2014. A casa colorada se tornará quase duas vezes maior a partir da reforma. Passará de 55 mil metros quadrados para 85 mil.
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Embora a magnitude da obra, em termos de beleza e modernidade, esteja na nova cobertura, o maior diferencial para o torcedor ficará sob o novo teto. Nas entranhas da arquibancada inferior que está sendo construída, se abrirá um novo mundo, com direito a bares, banheiros, ampla área de circulação e local para abrigo de equipamentos.
O mais interessante nisso tudo é que esse espaço será criado em uma área que não existia. Ou melhor, estava aterrada sobre as pedras das antigas e demolidas inferiores. Haverá então uma mudança cultural para o torcedor e um oceano de possibilidades para exploração de negócios para o chamado “match day”. O torcedor não precisará ficar do lado de fora, esperando um horário próximo à partida. Poderá ficar abrigado dentro das repartições internas e aproveitar a estrutura que será criada e que poderá receber alterações adaptadas a cada evento.
De colorados para colorados
O torcedor do Inter pode ter uma certeza: o novo Beira-Rio foi idealizado e projetado por colorados com experiência de arquibancada. Pensando no melhor para os torcedores, três sócios da Hype Studio Arquitetura, Fernando Balvedi, Gabriel Garcia e Maurício Santos, vermelhos de coração, começaram a formular o projeto em novembro de 2006. Tudo começou pela cobertura, já que a ideia inicial era de apenas cobrir o Beira-Rio. O plano foi apresentado para o então presidente Vitorio Piffero em abril no ano seguinte. E já era bem maior do que o esperado.
- Entre novembro de 2007 e abril de 2007, verificamos que somente cobrir o Beira-Rio não era suficiente. O estádio todo necessitava de uma grande reforma. Estava desatualizado em termos de conforto, segurança. Constatamos que o local era em uma área privilegiada dentro da cidade, enquanto havia um grande vazio em volta. Desenvolvemos um plano geral, adequando ao que a Fifa pediria. Foi um período de muito estudo, mas também prazeroso, já que os três sócios são colorados - conta Balvedi, que praticamente alterou o escritório para o canteiro de obras do estádio.
Surgiu então a ideia de explorar melhor a arquibancada inferior, gerando melhores acomodações, com degraus maiores (de 60cm até 90cm) e espaço para circulação. Ao mesmo tempo, a nova arquibancada foi projetada para aproximar o colorado ao campo e assim aumentar a pressão ao time visitante a partir da garganta do torcedor.
- Na região da linha de escanteio, o torcedor ficará realmente próximo. Dará uma grande diferença. São 14 metros de diferença, em relação à arquibancada antiga – complementa Balvedi, explicando que a estrutura da arquibancada ficará também sobre o atual poço localizado próximo ao gramado.
Legado da Copa
Se a Fifa é exigente para um estádio sede, há outro lado positivo nisso tudo. As requisições do órgão deixarão um legado para o futuro, em todos os setores. As atuais torres de iluminação, por exemplo, serão substituídas por outras, fixadas na nova cobertura. A potência será triplicada, transformando as noites em dias para os torcedores. Ao mesmo tempo, serão instalados mais geradores de energia.
- O Beira-Rio já tem iluminação boa. Será muito mais potente. Para transmissão de televisão, também será muito mais legal - explica Diana Raquel de Oliveira, eleita como 2ª vice-presidente e uma das responsáveis por responder pela obra e fazer o meio-campo com a empreiteira Andrade Gutierrez. - A Fifa exige muito de geradores. Se faltar luz, não pode ter um segundo de perda de transmissão.
Diana ressalta que o estádio ganhará um sistema de transmissão, com direito a internet wi-fi liberada para a imprensa e áreas VIPs. Também serão instalados dois placares eletrônicos, anexados à nova cobertura, no próximo ano.
- Temos uma estrutura pesadíssima sendo montada hoje. A Fifa exige muito de internet. Para o torcedor, será muito bom. Poderá receber vídeos ou a preleção em aplicativos para celular - acrescenta Diana.
Haverá alterações estruturais importantes para os jogadores no Mundial. Os atletas também entrarão e sairão do gramado pelo mesmo túnel de acesso, passando obrigatoriamente pela chamada zona mista, onde concederão entrevista à imprensa.
Os atletas ficarão em dois vestiários padrão Fifa, em tamanhos idênticos, já que não é possível haver diferenciações de visitante ou mandante para um Mundial. Para depois da Copa, no entanto, o espaço destinado aos jogadores do Inter será personalizado.
- Com a transferência dos treinamentos para o CT do Parque Gigante, perdeu-se a necessidade de um vestiário tão grande. Acredito que deveremos investir mais nesse centro de treinamentos. Depois da Copa, é possível que o vestiário do Inter seja modificado para ficar mais legal do que o do visitante - explica Diana.
Pendência no gramado
O Inter aguarda resposta da Andrade Gutierrez e também de empresas fornecedoras de equipamentos para tentar antecipar a troca de gramado para dezembro. Dessa forma, o Beira-Rio ficaria fechado até abril, sendo reaberto em maio, já com 100% das novas arquibancadas inferiores construídas.
- Em uma semana deveremos ter a definição. Estamos com a expectativa de alterar esse cronograma. Não depende só do Inter – garante o presidente Giovanni Luigi.
A capacidade do para os jogos da Copa será de 51,3 mil lugares. Depois do Mundial, no entanto, será possível aumentar para até 56 mil, com algumas modificações estruturais, como a retirada das cadeiras localizadas atrás dos gols.
Passados quase oito meses do reinício dos trabalhos, a partir da assinatura com a Andrade Gutierrez, a reformulação da casa dos colorados já está 45% concluída. Orçado em R$ 330 milhões, o novo Beira-Rio deverá ficar pronto em dezembro de 2013.
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