Programado para ficar pronto em dezembro de 2013, o novo Beira-Rio só aparece no imaginário dos torcedores ou em peças publicitárias. Por enquanto. Mas uma coisa eles podem ter certeza: será um projeto exclusivo. É permitido dizer que inspirações de estádios de ponta, principalmente europeus, formarão a nova casa colorada. Porém, a ideia central do projeto de remodelação será única.
A cada dia, surgem conceitos diferentes para o empreendimento se tornar ainda maior. Não somente para áreas como acessibilidade ou engenharia, como também ideias de marketing, que farão o clube prosperar a partir do estádio que receberá seleções em confrontos da Copa do Mundo de 2014.
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Recentemente, dois representantes do clube estiveram na Europa, conheceram arenas e voltaram para Porto Alegre com novos conceitos. Os responsáveis pelo tour foram o engenheiro e diretor de patrimônio Hélio Giaretta e o diretor executivo de marketing Jorge Avancini.
Simples e acessível
De férias na Alemanha, no último mês, Giaretta teve em contato com diretores do grupo BTD, empresa responsável pela administração da Allianz Arena, do Bayern de Munique. Na visita ao estádio, o engenheiro não destacou somente a beleza estética, principalmente pela membrana de luz que forma a cobertura (em sistema semelhante ao que será implantado no Beira-Rio), mas ressaltou a funcionalidade de toda obra, as facilidades encontradas a partir de uma construção que é exemplo de organização mundial.
- Para conhecer um estádio é uma coisa, mas para saber como funciona é outra completamente diferente, só em dia de jogo para entender a operação. A questão da funcionalidade começa desde a acessibilidade, com programação de como público chega ao estádio, seja por metrô, pelas avenidas, a ligação com o prédio garagem. Tudo é programado com horário e não é gerado congestionamento - comenta o engenheiro. - A Allianz Arena é muito bonita por fora, mas por dentro é uma estrutura simples e funcional. Os acabamentos previstos para o Beira-Rio são superiores.
Nesta quinta-feira, o Inter destacou em seu site oficial justamente as ações que estão sendo programadas em termos de acessibilidade, como a duplicação da Avenida Beira-Rio. No estádio, estão sendo construídas 16 torres de circulação que levarão o torcedor da inferior para a superior, além de 15 novos elevadores (totalizando 19). Tudo isso possibilitará cumprir uma importante exigência da Fifa, que é a evacuação de 100% do público em até oito minutos.
- O torcedor tem que vivenciar a partida desde a compra do ticket até a ida à partida. De nada adianta ter um belíssimo estádio, sem qualidade nos serviços prestados. Se não, o público vai substituir a má experiência que teve por outra atividade - complementa Giaretta.
'Conceito Disney'
É justamente com o “conceito de espetáculo” que o Inter trabalha o futuro do Beira-Rio na exploração do chamado “match day”, nas possibilidades de entretenimento em dias de jogo. A experiência agora vem com Jorge Avancini. Ao lado do também diretor de marketing Adauri Silveira, esteve no início de outubro na Europa para participar do evento de gestão esportiva Leaders Sports Summit, realizado em Londres.
- É como teatro. Não somente um jogo de futebol, mas um espetáculo. Os jogos são trabalhados para que os torcedores tenham a melhor recordação possível e que gastem o máximo de dinheiro. É conceito Disney em oferecer diversificadas atrações para todas as idade - entusiasma-se.
Avancini teve oportunidade de conhecer seis estádios durante o período no Velho Continente: Etihad Stadium (Manchester City), Old Trafford (Manchester United), Anfield Road (Liverpool), Emirates Stadium (Arsenal), Stamford Bridge (Chelsea), White Hart Lane (Tottenham) e Wembley, onde assistiu à Inglaterra aplicar 5 a 0 no San Marino, em jogo válido pelas Eliminatórias da Copa do Mundo.
- No Manchester United, por exemplo, foi construída uma praça de atividade, com banda, vídeos e loja borbulhando de gente. Já em Wembley são diversos tipos de restaurantes. É possível pagar um valor determinado, ter uma super refeição, com direito a acesso VIP, espumantes e entrada com tapete vermelho - complementa o dirigente.
Também chamou a atenção do dirigente a convergência de setores. Usando o Manchester City como exemplo, contou que a área de marketing pode ajudar o departamento de futebol na hora de contratação. Mas não em relação ao potencial do atleta dentro de campo, e, sim, como um jogador pode ser explorado fora de campo. Trata-se de uma tendência também para o mercado brasileiro.
- Lá fora, os clubes têm essa preocupação maior com as marcas. No City, o marketing tem participação ativa nas contratações, no que isso pode gerar de receita para o clube. Com a chegada do Diego Forlán, conseguimos quebrar esse paradigma. Ficamos sabendo da negociação com antecedência e conseguimos trabalhar em cima disso - explica.
Colheita de ideias
Inaugurado em 6 de abril de 1969, o Beira-Rio foi construído com um projeto exclusivo e tem praticamente o mesmo design desde então. Como a opção escolhida foi a remodelação, em vez da construção de algo totalmente novo, a modernização foi toda trabalhada em cima do que já existe.
O projeto é da agência Hype Studio, criado e aprimorado desde 2006. Para a formulação, representantes não pouparam esforços para conhecer arenas com padrão Fifa. Dos dez estádios presentes na Copa da Alemanha, por exemplo, oito foram analisados. A partir dos ingredientes, foi formado algo inédito com o Gigante Para Sempre.
- O Beira-Rio não tem uma inspiração. Tudo nasceu para o estádio. Mas, se formos falar na maior referência, será então o Estádio Olímpico de Berlim. Estivemos nos principais estádios da Europa em busca de soluções e material. O Emirates Stadium é o mais luxuoso. Mas o ápice em organização é o Allianz Arena - explica Fernando Balvedi, arquiteto da Hype Studio.
Essas experiências no Exterior também servem para o clube mensurar se está na trilha proposta pelas principais arenas do mundo. A resposta de todos envolvidos é que o Beira-Rio está, sim, na rota para colocar o Inter em um novo patamar. E quem ganhará com isso é o torcedor a partir de um estádio com padrão Fifa e confortável para tornar cada jogo um espetáculo.
Essas experiências no Exterior também servem para o clube mensurar se está na trilha proposta pelas principais arenas do mundo. A resposta de todos envolvidos é que o Beira-Rio está, sim, na rota para colocar o Inter em um novo patamar. E quem ganhará com isso é o torcedor a partir de um estádio com padrão Fifa e confortável para tornar cada jogo um espetáculo.
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