Oscar dos Santos Emboaba Júnior tem somente 20 anos, mas já passou por muitas coisas na vida. A juventude do meia do Inter é mascarada em um currículo marcado por conquistas e transtornos. Liberado pelo fim de uma novela judicial com capítulos espaçados em dois anos e meio, ganhou fôlego e confiança para se concentrar apenas no futebol, seja pelo clube gaúcho ou pela Seleção Brasileira, na qual aos poucos começa a ganhar a camisa 10 para as Olimpíadas de Londres.
Em entrevista, Oscar contou um pouco das angústias que passou nos últimos tempos, embora já vislumbre um futuro brilhante. Em cada frase do jogador, sempre há uma palavra de confiança. Ele sabe como poucos lidar com a pressão, seja dentro ou fora de campo.
Após meses de negociação, a batalha nos tribunais foi encerrada em 30 de maio, com acordo financeiro entre São Paulo e Inter. O valor de R$ 15 milhões corresponde à multa rescisória do contrato do atleta (estipulado em R$ 9,5 milhões), acrescido de juros e de uma indenização. Tratou-se da maior transação da história entre clubes brasileiros.
Muito do equilíbrio do atleta tem a ver com a esposa Ludmila, com quem é casado há três anos. É nela que o jogador se apoia em momentos difíceis. O reconhecimento da dedicação é tamanho que todos os gols são referenciados por gesto com o “L”, referência à primeira letra do nome da amada. Somente em 2012, foram cinco pelo clube gaúcho e um pela Seleção.
Kaká, Ganso, Alexandre Pato, Giuliano. De garoto bolha superprotegido e prestigiado no São Paulo, a meia de referência no Inter, Oscar perdeu as contas de quantos apelidos recebeu no futebol. Hoje, almeja apenas consolidar um nome: o de Oscar.
Após meses de negociação, a batalha nos tribunais foi encerrada em 30 de maio, com acordo financeiro entre São Paulo e Inter. O valor de R$ 15 milhões corresponde à multa rescisória do contrato do atleta (estipulado em R$ 9,5 milhões), acrescido de juros e de uma indenização. Tratou-se da maior transação da história entre clubes brasileiros.
Muito do equilíbrio do atleta tem a ver com a esposa Ludmila, com quem é casado há três anos. É nela que o jogador se apoia em momentos difíceis. O reconhecimento da dedicação é tamanho que todos os gols são referenciados por gesto com o “L”, referência à primeira letra do nome da amada. Somente em 2012, foram cinco pelo clube gaúcho e um pela Seleção.
Kaká, Ganso, Alexandre Pato, Giuliano. De garoto bolha superprotegido e prestigiado no São Paulo, a meia de referência no Inter, Oscar perdeu as contas de quantos apelidos recebeu no futebol. Hoje, almeja apenas consolidar um nome: o de Oscar.
GLOBOESPORTE.COM – Você volta ao Inter consolidado na seleção olímpica, com moral por ter vestido a camisa 10 e ainda tendo feito gol na Argentina. Como se sente após tudo isso?
Oscar - Acho que meu dever foi cumprido lá na Seleção. Fiquei super feliz por ter atuado bem. Agora é continuar trabalho para a Olimpíada e dar sequência no Inter no Brasileirão.
Ganha confiança extra depois dessa passagem na Seleção?
Não sei se ganho alguma coisa extra, já vinha atuando bem no Inter. Todo mundo aqui no Sul sabe que estava bem desde o ano passado. Na Seleção, só confirmei o que vinha fazendo no Inter. Marquei gol e realizei belas partidas pelo Brasil.
Como fez para encaixar tão bem no time de Mano Menezes? Talvez a polivalência de funções?
Não tem como falar como encaixei na Seleção. Mas, no Inter, já fui meia, atacante, volante e até lateral em um jogo. Posso atuar em várias posições. Acho que é isso que faz com que eu me adapte fácil.
E esse final do imbróglio judicial com o São Paulo depois de tudo que passou. O quanto isso te deixa mais tranquilo para trabalhar?
Graças a Deus isso já passou. Foram momentos difíceis, com mais de 40 dias sem atuar. Queria voltar o mais rápido possível. Graças a Deus voltei e puder voltar a Seleção. No Inter, pude retornar para as finais do Gauchão e ser campeão Já estava feliz por ter voltado ao Inter e agora ainda mais por ser chamado para a Seleção.
Qual foi o momento mais difícil desse período todo sem poder exercer a profissão?
Qual foi o momento mais difícil desse período todo sem poder exercer a profissão?
A notícia de que não poderia atuar foi um pouco antes do jogo contra o The Strongest (em La Paz, na Bolívia). Estava tudo certo para ir a campo e recebi essa notícia. Foi o momento que mais marcou nesses 40 dias. Estava pronto para atuar e não pude. Foi chato porque o time estava precisando de mim, estava cheio de desfalques. Fiquei meio triste, uma viagem longa.
Você só tem 20 anos, mas passou por barras bem pesadas. Mesmo assim, sempre se manteve sereno, aparentemente tranquilo. Mas no jogo contra o Caxias, pelo primeiro jogo da decisão do Gauchão, caiu no choro. O que sentiu?
Fiquei o tempo todo tranquilo, me segurando, conversando. Esse foi o momento de desabafo. Voltar a atuar depois de tanto tempo em uma final e fazer gol... Dei uma desabafada, acho que é normal, aconteceria com qualquer um. Foi bem legal por tudo que aconteceu.
Como aguenta essa pressão toda? Primeiro, por não poder atuar. Agora, por assumir protagonismo na Seleção e ser um jogador importante no Inter?
Tem que trabalhar bastante, estar treinando sempre, manter a humildade. O jogador não pode ligar para a pressão. Tem que atuar sempre com alegria, sem pressão alguma. Com essa visão, tenho certeza que sempre vou fazer bons jogos.
Está confiante nesse Brasileirão para que o Inter possa chegar ao título?
Mesmo com apenas quatro jogos, estamos confiantes. O elenco é muito forte e começamos muito bem. Esperamos por uma boa sequência no Brasileirão.
Quanto tempo ainda acha que vai ficar no Inter?
Não sei, é difícil falar em tempo. Pode pintar uma proposta nesses dias ou daqui um ano. Não sei. Se for bom para mim ou para o Inter, tudo é conversado. Tenho certeza eu possa sair pela porta da frente. O Inter vai saber qual a melhor hora. Se for melhor para mim e para o Inter não tem motivos para não sair. Qualquer um pensa em carreira internacional. Lógico que penso em atuar em grandes equipes do mundo, campeonatos europeus. Um dia quem sabe...
O quanto atrapalhou teus planos ter ficado de fora de partidas da Libertadores pelo Inter?
Acho que atrapalhou mais o Inter. O time precisava de mim nesses jogos. Fiquei triste de não poder atuar. Me chateou bastante de não poder ter atuado em jogos complicados, como contra o Santos e o Fluminense em casa.
A infância em Americana foi difícil? Teu pai morreu quando você tinha apenas três anos...
Não é que não foi fácil, foi tranquila até. É gostoso morar no interior. Perdi o pai quando tinha três anos. É difícil, mesmo eu não lembrando. Queria ter o pai ao lado, que pudesse me ver jogar. Mas isso passou. Minha mãe (Sueli) cuidou bem de mim e das minhas irmãs (Gabriele e Daniele).
Como foi o início da carreira?
Antes do São Paulo, comecei em escolinhas de Americana. Até os 12 anos, atuei no Ipiranga. Depois, fui pro São Paulo. Aproveitei muito bem a fase de categorias de base. Fui muito bem em todos os lugares que passei. Hoje também. Cresci bastante no Inter desde os 18 anos.
São Paulo ajudou a comprar casa?
Não é que ajudou, tudo se conquista. Lógico que o São Paulo me ajudou na base, a viver melhor. Meu empresário (Giuliano Bertolucci) auxiliou a comprar casa e carro da minha mãe. O São Paulo ajudou também, compramos algumas coisas em Americana. Tudo foi crescendo. Aqui em Porto Alegre, também tive grande ajuda do Inter. Conquistamos com fruto do trabalho.
Você se dá bem com o Lucas, mantém contato?
Não é que ajudou, tudo se conquista. Lógico que o São Paulo me ajudou na base, a viver melhor. Meu empresário (Giuliano Bertolucci) auxiliou a comprar casa e carro da minha mãe. O São Paulo ajudou também, compramos algumas coisas em Americana. Tudo foi crescendo. Aqui em Porto Alegre, também tive grande ajuda do Inter. Conquistamos com fruto do trabalho.
Você se dá bem com o Lucas, mantém contato?
Sim, conversamos bastante. Lógico que saindo de perto, as pessoas se afastam. Mas continuamos bem amigos, tudo igual. Na base ele era apelidado de Marcelinho, estou acostumado a chamá-lo assim.
Recebeu ajuda de quem no São Paulo?
O Zé Sérgio (ex São Paulo, Seleção e atual treinador) me ajudou bastante. O preparador-físico Bebeto também esteve comigo. É difícil citar todo mundo.
Recebeu ajuda de quem no São Paulo?
O Zé Sérgio (ex São Paulo, Seleção e atual treinador) me ajudou bastante. O preparador-físico Bebeto também esteve comigo. É difícil citar todo mundo.
Guarda mágoa de Marco Aurélio Cunha? Voltou a falar com ele?
Não tem mágoa nenhuma, faz parte do passado. Também não éramos tão próximos assim. Não voltamos a nos falar.
Quem era teu ídolo?
Quem era teu ídolo?
O Kaká desde pequeno, assim como o Ronaldo (Fenômeno).
Você já foi comparado a vários jogadores. Kaká, Ganso, e até mesmo Alexandre Pato aqui no Inter, no final de 2010. Gosta das comparações?
É legal ter essas comparações, mas com o tempo o jogador marca o próprio nome. Vai se tornando você. Sou cada vez mais o Oscar. Cada vez mais tem que representar meu o nome, representando Inter e Seleção. Crescendo na vida.
Qual foi a importância do mundial Sub-20? Na decisão, fez três gols e se destacou quando não tinha o nome tão cravado na Seleção.
Já vinha atuando muito bem desde o Sul-Americano sub-20. Só que o Neymar foi muito bem, tinha o Lucas também. Tinha uma Seleção toda e outros jogadores que se destacavam. Não fui só eu no Mundial. Teve Dudu, Henrique. Me sobressai mais pela final, mas foi bom para todo mundo. Hoje, vários nomes da sub-20 estão lá na principal.
Fora dos momentos de concentrações e do ambiente do futebol, o que gosta de fazer nas horas vagas?
Gosto de permanecer com minha esposa (Ludmila), aproveitar ao máximo possível com ela, sair pra jantar. Em casa, somos só nos dois e a cachorrinha Milu (da raça shitzu). Vamos bastante ao cinema também. Gostamos mais de passar o tempo juntos.
Qual importância da tua esposa nesses momentos difíceis?
Ela me ajuda bastante, sofreu igual a mim. Não é apenas no futebol, ela ajuda bastante na vida. É a pessoa que mais torce por mim. Por isso todos os gols serão pra ela.
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