25 de junho de 2012

Dorival lamenta perda do Beira-Rio e pede maior flexibilidade ao MP


A interdição do Beira-Rio não causa preocupação maior do que para o técnico do Inter, Dorival Júnior. O treinador acha que a perda seria inestimável para as pretensões da equipe gaúcha. Crê que poderia colocar em risco até mesmo a campanha colorada no Brasileirão.

Por tudo isso, o treinador aproveitou a entrevista coletiva, logo após a vitória de 2 a 0 sobre o Sport, para fazer um pedido. O treinador lembrou a torcida e clamou até por outra decisão do Ministério Público.

- Espero que exista uma manifestação positiva do Inter. Peço para que as pessoas repensem a situação e não nos tirem a possibilidade de brigar pelo Brasileirão. É um pedido para que o Ministério Público mantenha a nossa área de trabalho – discursou.

Dorival usou como exemplo o trabalho que teve frente ao Atlético-MG em 2011, quando não pode utilizar o Mineirão – em reformas para a Copa do Mundo. Para o treinador, os jogos fora de casa foram cruciais na campanha intermediária no Brasileirão que sucumbiram com a demissão do treinador no Galo.

- Joguei um campeonato inteiro fora de Belo Horizonte e tivemos um prejuízo considerável – comentou.

Bolívar foi outro a lamentar a decisão do juiz Ricardo dos Santos Costa, da 16ª Vara Cível de Porto Alegre, expelida na noite de sexta-feira. O zagueiro reclamou pelo grupo de jogadores, mas também pelo fato da torcida também não poder acompanhar as partidas em casa.

- Ficamos chateados, o torcedor mais ainda. É ali onde ele gosta de estar. Esperamos que possa ter um final feliz. Cruzeiro e Atlético-MG foram equipes que deixaram de conquistar títulos por terem perdido o campo – comentou.

Na esperança de manter jogos no Beira-Rio, a direção do Inter já anunciou que irá recorrer da decisão da justiça. O próximo jogo em casa do Inter será no dia 7 de julho, diante do Cruzeiro.

- Nós não vamos entregar o jogo fácil. Temos duas semanas para trabalhar essa questão e tentaremos revertê-la - afirma o vice de futebol Luciano Davi, em contato com a Rádio Gaúcha.
Vistoria no Beira-Rio (Foto: Diego Guichard/GLOBOESPORTE.COM)Inter recorrerá da decisão do juiz Ricardo dos Santos Costa (Foto: Diego Guichard/GLOBOESPORTE.COM)
Público só na superior vira opção

A decisão foi motivada após ação do Ministério Público, que indicou problemas nas obras visando à Copa do Mundo de 2014. Fora as arquibancadas do estádio, as demais áreas do complexo seguem liberadas. Assim, o Inter pensa também na possibilidade de liberar aos torcedores durante os jogos apenas os espaços do anel superior.

- O Inter sabe que pode reverter a decisão, nem que joguemos com a torcida só na arquibancada superior, onde cabem 25 mil torcedores. Ainda não avaliamos a possibilidade de jogar de portões fechados - estuda Davi.

Entenda o caso

O Ministério Público ajuizou no dia 24 de maio uma ação civil pública para que fosse determinada a interdição do Complexo Beira-Rio. De acordo com a Promotoria de Justiça de Habitação e Defesa da Ordem Urbanística de Porto Alegre, as edificações não possuem alvará de Prevenção e Proteção contra Incêndios. Por causa disso, o Inter acabou criando uma própria brigada de incêndio, treinando funcionários para agir em eventuais incidentes.

De acordo com os autores da ação, por mais que o Inter tente isolar as áreas que estão sendo demolidas, colocando cercas, seguranças e cachorros, se houver um tumulto, a torcida torna-se incontrolável. A ação pede fixação de multa por descumprimento no valor de R$ 1 milhão por evento realizado nas condições atuais.

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