A interdição do Beira-Rio ecoa na Federação Gaúcha de Futebol. A CBF pressiona a entidade do Rio Grande do Sul por uma definição do local da partida entre Inter e Cruzeiro, no próximo dia 7 de julho. De acordo com o presidente da FGF, Francisco Novelletto, o prazo para a indicação à CBF vai até as 14h desta quinta-feira. Como plano B, a entidade considera o Olímpico, palco do maior rival colorado, a alternativa mais viável.
Em conversa informal com o diretor executivo de futebol do Grêmio, Paulo Pelaipe, Novelletto comentou a possibilidade e recebeu abertura para negociações. Além do Olímpico, o presidente sondou outras sedes, em Caxias do Sul, Bento Gonçalves, Passo Fundo, Erechim e Santana do Livramento. O regulamento do Brasileirão exige que o local seja divulgado dez dias antes da partida.
- A decisão é do Inter. Eu fiz essas consultas para ter uma carta na manga. O prazo é curto, amanhã (quinta) é o último dia para comunicarmos a CBF o local do jogo. Destas opções, o Olímpico é a mais viável - disse Novelletto, embora o Inter não trabalhe com essa hipótese.
O presidente da federação não teme represálias da torcida do Inter, como uma reação violenta e depredação do patrimônio do Grêmio. Acredita que o fã colorado tenha noção da repercussão negativa que tais atos renderiam ao clube.
- A responsabilidade de algum dano seria do Inter - pondera. - (Emprestar o estádio) Seria um ato de grandeza do Grêmio. E o torcedor não é bandido, vai compreender.
Embora veja no Olímpico a melhor opção, Novelletto reconhece o pouco tempo hábil para efetuar o "empréstimo". Assim, crê que a tendência aponte para Inter x Cruzeiro no Beira-Rio, mas com portões fechados. Antes do Cruzeiro, o time de Dorival Júnior pega o Bahia em Salvador, domingo, às 17h.
Entenda o caso
A dúvida em relação ao local dos próximos jogos do Inter começou quando a Justiça acatou o pedido do Ministério Público de interditar o Beira-Rio alegando problemas nas obras de modernização. O Inter prometeu recorrer e encaminhou ao MP um novo laudo da construção. Também sugeriu utilizar apenas o anel superior, em que não há obras, na partida do dia 7 de julho, e isolar a parte inferior.
O órgão espera esse novo laudo colorado para saber se ocorreram modificações no panorama atual do Beira-Rio. Entretanto, entende que a situação é crítica e só tende a piorar com o decorrer das obras. O presidente do Inter, Giovanni Luigi, garante que o documento foi repassado ao MP ao final da tarde desta quarta-feira.
De acordo com a promotoria, não são apenas os detritos que causam transtorno. Por conta das reformas, as instalações também levam perigo à vida das pessoas. E, conforme o órgão, a liberação do estádio só será concedida com a certeza de os torcedores terão segurança ao acompanhar os jogos.
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