28 de junho de 2012

Obras do Beira-Rio chegam a 100 dias, mas interdição ofusca evolução



O departamento jurídico busca a liberação do Beira-Rio por duas pontas, simultaneamente. Se a solução não sair a partir de um acordo com o Ministério Público, tentará a cassação da decisão do juiz João Ricardo dos Santos Costa, que interditou o estádio.

A nova esperança partiu com o e-mail do advogado Mauro Glashester. Exatamente às 18h44m da quarta-feira, ele enviou para o MP o documento com um novo laudo da casa colorada. Segundo Glashester, não há mais questões consideradas “críticas”, apresentadas no primeiro parecer.

- Foi feito um parecer novo. O laudo que foi objeto da decisão do juiz João Ricardo dos Santos Costa atestava algumas situações críticas. Nesse novo, feito pela mesma empresa do primeiro, nenhum caso é crônico. O parecer traduz uma nova situação, que não traria risco à torcida para continuar mandando jogos - disse Glashester.
Demolição nas arquibancadas inferiores do Beira-Rio (Foto: Diego Guichard / GLOBOESPORTE.COM)Ideia do clube é isolar o anel inferior
(Foto: Diego Guichard / GLOBOESPORTE.COM)
Para tentar sensibilizar o MP, a ideia colorada é isolar o anel inferior do estádio, com torcida apenas na parte de cima. Em entrevista coletiva na tarde desta quarta, os promotores do caso não passaram uma posição oficial, mas deixaram claro que não foram receptivos à sugestão.
O discurso no clube é amparado pelo apoio da Brigada Militar e do Corpo de Bombeiros, que têm dado o aval que o Beira-Rio precisa para receber as partidas. As inspeções ocorrem, inclusive, poucas horas antes de abrir os portões para os jogos.

- Entendemos que há possibilidade de reversão parcial. Sempre tivemos condições de jogo pela Brigada Militar e pelos Bombeiros. Inclusive, quem abre os portões de qualquer estádio é a Brigada - frisou o advogado.

Enquanto o departamento de futebol acelera esforços em busca de qualificação do grupo, a dor de cabeça para o presidente Giovanni Luigi se tornou exclusivamente o Beira-Rio. O clube corre contra o tempo ainda para tentar receber o Cruzeiro, dia 7, na casa colorada. O problema é que, segundo regulamento do Brasileirão, é necessário divulgar o local de jogo com dez dias de antecedência.
Giovanni Luigi, presidente do Inter (Foto: Diego Guichard/GLOBOESPORTE.COM)Caso Beira-Rio virou principal dor de cabeça de Luigi (Foto: Diego Guichard/GLOBOESPORTE.COM)
De acordo com o presidente da FGF, Francisco Novelletto, o prazo para a indicação à CBF vai até as 14h desta quinta-feira. Para o confronto contra o Cruzeiro, a sugestão de Novelletto é pela partida com portões fechados. Já para os 15 demais jogos, a sugestão é pela locação do Estádio Olímpico. Inclusive, uma consulta informal foi feita pelo dirigente ao diretor executivo de futebol do Grêmio, Paulo Pelaipe.

- A decisão é do Inter. Eu fiz essas consultas para ter uma carta na manga. O prazo é curto, amanhã (quinta) é o último dia para comunicarmos à CBF o local do jogo. Destas opções, o Olímpico é a mais viável - disse Novelletto.
De acordo com a promotoria de Justiça, não são apenas os detritos que causam transtorno. Por conta das reformas, as instalações também levam perigo à vida das pessoas. Conforme o órgão, a liberação do estádio só será concedida com a certeza de que os torcedores terão segurança ao acompanhar os jogos - o que somente seria possível ao fim das obras.
Enquanto as discussões ocorrem na Justiça, o Beira-Rio segue em fase de demolição, com a Andrade Gutierrez em ritmo acelerado. Nesta quinta-feira, a empreiteira publica em veículos da imprensa um anúncio exaltando os 100 dias de parceria com o clube, ressaltando feitos como a conclusão de 20% das novas arquibancadas inferiores.
No mesmo dia deverão ser desenrolados novos capítulos da odisseia Beira-Rio. O estádio que se orgulha tanto com o letreiro “Campeão do Mundo” aguarda pelo pronunciamento oficial da Justiça. Hoje, está impossibilitado de receber jogos com presença de público. O alento é que as obras seguem a todo vapor.

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