6 de novembro de 2012

Os motivos que levaram o Inter a encerrar 2012 em novembro


A derrota em Recife por 3 a 0 para o Náutico fez o Inter encerrar o ano de forma precoce. Com uma folha salarial na casa dos R$ 9 milhões, o torcedor esperava que a esta altura do Brasileirão o time de Fernandão estivesse brigando pelo título ou confirmado com uma vaga na Libertadores em 2013 - fato matematicamente viável, mas praticamente impossível de acontecer. Zero Hora enumerou sete erros em uma temporada em que um Inter que tanto venceu nos últimos anos conquistou apenas um modesto Gauchão.
1. O mistério das lesõesDesde janeiro, em Gramado, quando Tinga sofria com um problema na coxa esquerda, o Inter convive com uma série de lesões e desconfortos musculares. Consideradas normais pelo departamento médico, as reincidências de alguns jogadores intrigam a torcida. D'Alessandro e Dagoberto são os principais personagens deste ponto. As quatro lesões do camisa 10 somadas aos dois cartões amarelos e dois vermelhos do capitão do Inter em 2013 desfalcaram a equipe em 17 oportunidades no Brasileirão _ o que equivale à metade dos jogos do time de Fernandão na competição. Já Dagoberto, com um problema no adutor da coxa direita sentido na partida contra o Vasco, dia 24 de outubro, não pôde ser aproveitado em boa parte dos jogos da temporada. A expectativa é que a volta do atacante seja no Gre-Nal do dia 2 de dezembro, última rodada do campeonato nacional.
2. Dorival Jr. e o vestiárioCasos de insubordinação como o de Fabrício na partida contra o Flamengo ainda no primeiro turno do Brasileirão - quando o camisa 14 gesticulou contra o treinador após uma cobrança de posição - e o de Dátolo, que ignorou o pedido de Dorival Júnior para que Nei batesse um pênalti na primeira partida das oitavas da Libertadores, trouxeram à tona a falta de comando no vestiário colorado. Ainda que Dorival tenha ganho o Gauchão deste ano, a campanha pífia na Libertadores, quando obteve a última colocação na classificação geral da competição, e a dificuldade da equipe em engrenar e realizar atuações convincentes evidenciavam a necessidade de um algo mais para o grupo do Inter.
3. O "técnico" FernandãoConvicção da diretoria no pensamentos de Fernandão sobre o futebol. Quando assumiu, em 20 de julho, foi este o argumento para o diretor executivo deixar a sala confortável no Beira-Rio e assumir a casamata como treinador. Após um início promissor, com 14 pontos conquistados em 18 disputados, o capitão do Mundial viu seu mundo ruir em setembro, quando em um empate contra o Sport dentro do Beira-Rio destacou que levou "totó" do adversário e que alguns jogadores estavam na "zona de conforto". Ao que tudo indica, a certeza dos dirigentes acabou. Fernandão, Giovanni Luigi ou Luciano Davi evitam falar sobre a renovação ou futuro do treinador no clube.
4. Cinco estrangeirosContratar Dátolo e Diego Forlán e contar com cinco estrangeiros no grupo, quando o país permite apenas que três deles estejam em campo, criou polêmica no Beira-Rio. A titularidade incontestável de Guiñazu e de D'Alessandro deixavam evidente que Dátolo, Bolatti e Diego Forlán concorriam à única vaga restante no time de Fernandão. Logo, dois jogadores de nível de seleção sequer fardavam em diversas situações - Dátolo chegou a ser preterido da equipe suplente em alguns treinamentos.
5. O fator Beira-RioO Ministério Público pediu e o Beira-Rio chegou a ser interditado, houve inúmeras vistorias para acompanhar o andamento das obras no estádio, Fernandão disse que a equipe perdera o fator local. Mas ainda assim a diretoria optou por manter o mando de campo no Brasileirão dentro do Beira-Rio. O presidente da Federação Gaúcha de Futebol, Francisco Noveletto, chegou a aconselhar o Inter a se distanciar do estádio em obras. Sugeriu o Alfredo Jaconi, casa do Juventude, para receber os jogos. Não foi atendido. Para 2013, outra ideia dos dirigentes do Inter é utilizar o novo estádio do Cruzeiro, em Cachoeirinha.
6. General BolívarCapitão da equipe até a vitória diante do Coritiba, Bolívar foi sacado contra o Flamengo com o argumento de que Fernandão estava preocupado com a velocidade do ataque carioca. Após o episódio, uma gripe e uma tendinite tiraram o zagueiro das rodadas seguintes do Brasileirão. Recuperado, o ex-capitão deixou até mesmo o grupo de relacionados para os confrontos do nacional. Contra o Atlético-MG, sem Índio, Juan e Rodrigo Moledo, Fernandão acabou escalando o volante Ygor improvisado na função. Nos bastidores, há a informação de que o camisa 2 só deseja fardar se atuar como titular. Líder no grupo, declarações dos boleiros deixam claro o envolvimento do zagueiro nas questões do vestiário.
7. Sem peças de reposiçãoO Inter sofreu com a demora para a finalização das negociações com jogadores ao longo da temporada. Em fevereiro, o zagueiro Rafael Tolói chegou a vir a Porto Alegre para realizar exames médicos e assinar com o clube, mas problemas com investidores espanhóis melaram o anúncio. Na lateral direita, um dos problemas pontuais da equipe desde o ano passado, a apção foi Edson Ratinho, que não impressionou a torcida e nem fez sombra a Nei – mesmo que o titular não tenha tido atuações seguras. As convocações de Leandro Damião para a Seleção Brasileira, problema sabido desde o final da temporada passada, também foi resolvido tardiamente. A ideia do Inter era contar com Nilmar, que chegou a declarar publicamente a vontade de retornar ao Beira-Rio, mas terminou no futebol árabe. A solução foi Rafael Moura, que só desembarcou na Capital em agosto.

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