Inter 2x1 Palmeiras. O resultado do jogo da 33ª rodada do Brasileirão, dia 27 de outubro, no Beira-Rio, está mantido. Por decisão unânime, o Pleno do Superior Tribunal de Justiça Desportiva indeferiu o pedido do clube paulista de anulação da partida. O julgamento, no Rio de Janeiro, durou 2h30min.
O Palmeiras queria a impugnação do jogo por causa da anulação do gol de Barcos, com a mão, que empataria a partida aos 16 minutos do segundo tempo. Os palmeirenses alegam que o juiz alagoano Francisco Carlos Nascimento foi avisado da infração pelo delegado do jogo, Gérson Baluta, auxiliado por imagens de TV, o que não é permitido pela Fifa. No entanto, o quarto árbitro, o gaúcho Jean Pierre Gonçalves Lima, ratificou no julgamento que a informação partiu dele, sem ajuda de terceiros.
O Inter foi representado pelo advogado Daniel Cravo, enquanto o clube paulista levou ao tribunal, além do advogado José Mauro Couto, o centroavante Barcos, o gerente de futebol César Sampaio e o presidente Arnaldo Tirone.
A segunda vitória colorada começou no início do julgamento, quando o relator Ronaldo Botelho indeferiu provas do Palmeiras: reportagem do jornal Lance!, fotos do lance com a posição do árbitro e do quarto árbitro no momento da infração e entrevista com a repórter Tayná Rodrigues, da Rede Bandeirantes, além de perícia de leitura labial e declarações do médico do Palmeiras. Botelho avaliou que documentos não poderiam ser apresentados de última hora por não ser justo com a defesa do Inter.
Foram apresentadas imagens de televisão, tanto pela defesa quanto pelo acusante, e quatro testemunhas foram ouvidas: o árbitro, o quarto árbitro, o delegado do jogo e Barcos. No depoimento, o centroavante disse que foi agarrado no lance e que não teve a intenção de colocar a mão na bola. Francisco Carlos do Nascimento, por sua vez, admitiu que inicialmente validou o gol, mas que em seguida recebeu a informação da infração de Jean Pierre, via rádio, e que demorou para reiniciar a partida por causa da reclamação dos jogadores e porque queria saber quem tinha colocado a mão na bola (nenhum jogador recebeu cartão amarelo no lance). O delegado Gérson Baluta negou ter consultado repórteres.
— Achava que tinha sido de cabeça, mas o quarto árbitro, via rádio, me disse que tinha sido com a mão. Acho que não demorou mais do que 12 segundos. Acho que a partida ficou uns cinco minutos parada. Houve um tumulto por causa da reclamação dos jogadores — afirmou Nascimento.
Após um "recesso para o xixi" de dois minutos, como disse o presidente do STJD, Flávio Zveiter, cada advogado teve 15 minutos para sustentação, e depois o procurador-geral Paulo Schmitt teve a palavra.
— Se eles (os árbitros) erraram, o erro foi de fato. Tanto não houve influência externa que, após cinco minutos, mesmo com toda a imprensa sabendo quem marcou o gol de mão, a arbitragem não teve conhecimento disso. O máximo que o Palmeiras deveria ter pedido, era a validação do gol, e não sua anulação. Esse pedido é um absurdo, se isso acontecer tem que pegar o boné e ir embora — avaliou Schmitt, que encerrou seu depoimento afirmando que o caso é motivado pela situação do Palmeiras na tabela do Campeonato Brasileiro.
Depois do depoimento de Schmitt, ocorreu a votação. O relator Ronaldo Botelho julgou improcedente o pedido palmeirense e os sete auditores, José de Arruda, Alexander Macedo dos Santos, Miguel Ângelo Cançado, Décio Neuhaus, Gabriel Marciliano Júnior, Paulo César Salomão Filho e Fabrício Dazzi, de maneira unânime, seguiram o voto do relator, assim como o presidente Flávio Zveiter.
O resultado do julgamento é definitivo, não cabe recurso. O Inter pemanece com 51 pontos, em sexto na classificação. O Palmeiras, com 33 pontos, na 18ª posição, está seriamente ameaçado de rebaixamento.
Com a decisão do STJD, a CBF deve tirar o asterisco da tabela ainda nesta quinta-feira.
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