Apesar da pouca idade - apenas 21 anos -, o zagueiro Juan, ex- Internacional, não se assustou quanto pintou a oportunidade de sair do Brasil rumo ao Velho Continente. Muito pelo contrário, encarou o novo desafio no Internazionale de Milão de frente e mergulhou de cabeça na experiência. O defensor, que chegou no começo de ano ao novo clube, garante que não teve dificuldades de se adaptar à vida na Itália e vê algumas semelhanças entre o futebol da Velha Bota e o gaúcho.
- No sul, o futebol é de mais marcação, e aqui também. No Brasil é muita correria, o italiano é mais tático, se deixar um buraco tem cobrança. Todo o time italiano é bem postado e não tem jogo fácil – destacou o zagueiro em entrevista ao GLOBOESPORTE.COM, por telefone, de Milão.
Por mais que a adaptação tenha sido tranquila, alguns personagens foram importantes neste início de carreira na Europa. Embora jogue no Internazionale, vem do arquirrival Milan o grande ajudante na sua ambientação: Robinho.
- Sou um cara caseiro. Gosto de sair para jantar, jogar videogame na casa do Philippe Coutinho, ir ao cinema. Vejo bastante o Robinho, nossas esposas se dão bem e fazem academia juntas. Saímos para jantar bastante. Só não vejo muito o Pato que fica mais na vida social – revelou.
Ciente do difícil momento econômico pelo qual o mundo passa, Juan acredita que o futebol italiano já atravessou o pior da crise e que, após a renovação do elenco, é hora de voltar a sonhar alto em todas as competições nas quais o Inter entrar. A volta por cima já pode ser vista no próprio Campeonato Italiano. os nerazzurri estão na quarta colocação (15), a quatro pontos do líder Juventus.
- A gente está numa crescente muito boa. Viemos de uma temporada muito ruim, mas a renovação está sendo feita, eu venho jogando, o Philippe Coutinho também. A renovação é boa. Estamos procurando fazer com que o Inter volte a ganhar tudo também – ressaltou.
Frustração olímpica
Como todo o jogador de futebol, o sonho de Juan era servir a seleção brasileira. E isso veio nos Jogos Olímpicos de Londres. Mas, após a frustração com a derrota para o México na decisão, o zagueiro não voltou a ter seu nome entre os convocados e viu outros atletas sendo chamados para vestir a camisa amarela, caso do zagueiro Leandro Castan, do Roma. Porém, ele vê que seu espaço ainda pode ser reconquistado.
- Frustração total, era um objetivo de dois meses (a conquista das Olimpíadas), vínhamos jogando bem, entrosados. Fiz o meu melhor. Até por ser uma seleção olímpica e disputar um torneio que nunca vencemos. Mas o futebol prega essas peças. Não sei se perdi espaço, mas vou fazer meu trabalho na Inter e só assim vou ter outra oportunidade na seleção – observou.
Retono ao Inter
Desde janeiro em Milão, o defensor se mantém ligado nos resultados colorados, e ainda projeta títulos pelos dois “Inter” de sua vida.
- Quero fazer uma carreira por 10 ou 12 anos, aqui na Itália. Estou feliz e muito bem aqui. Porém, quero me aposentar no Inter. Não quero voltar velho. Quero voltar para ajudar e ganhar títulos – disse.
Antenado ao que acontece no Brasil, Juan lamentou a fase inconstante do Internacional, que já não tem mais chances de título, mas disse acreditar na conquista de uma vaga na Libertadores, apesar do Colorado estar sete pontos atrás do São Paulo, que ocupa a quarta colocação - última que dá uma vaga na competição continental.
- Estou sempre seguindo, tenho Inter no meu coração. Os jogos eu vejo pela internet, ou se não conseguir acompanho os resultados. Também acompanho o Moledo (ex-companheiro de zaga), que é um grande amigo, o Nei, o Kleber. A Libertadores está perto ainda e é bem possível. Para o título, o Fluminense deu uma arrancada grande – finalizou.
Nenhum comentário:
Postar um comentário