20 de março de 2012


 
Guiñazu, volante do Inter  (Foto: Diego Guichard/GLOBOESPORTE.COM)
Argentino de natureza, colorado de coração, Pablo Horacio Guiñazu é símbolo de raça e determinação no time do Inter. Exibe preparo físico invejável mesmo aos 33 anos e promete ser o oxigênio colorado na altitude dos 3,6 mil metros de La Paz contra o The Strongest, quarta-feira, pela Libertadores.
Guiñazu não teme a altitude, situações adversas ou um time adversário incendiado pela própria torcida. No entanto, o gringo tem um temor bem específico: o de ficar de fora do time, por lesão. Logo, enfrentou um verdadeiro drama pessoal nas três semanas que ficou de fora por causa de um entorse no tornozelo esquerdo.
- Fiquei desesperado. Falei isso para os médicos. Quando todos vão treinar e você fica ali realizando tratamento é um desespero - contou Guiñazu.
Em entrevista exclusiva ao GLOBOESPORTE.COM, o argentino falou com bom humor como foge dos médicos ou de exames. Entre um café e outro, no prédio onde reside, em Porto Alegre, falou do Inter e as perspectivas na Libertadores. Sem projetar o futuro, o gringo contou que ainda vê o “espírito vencedor” nos jogadores.
Guiñazu, volante do Inter (Foto: Rafael Antoniutti/ Trato.TXT)GLOBOESPORTE.COM - Qual a maior altitude em que já atuou?
Guiñazu - Não tive na Bolívia, atuei no Equador com 2,8 mil. Se você sente é pouco. O que mais sinto mais é na bola. É incrível como ela sai rápido. Por isso que eles (jogadores do The Strongest) ajeitam e chutam sempre a gol, não importa a distância. Eles sabem que faz a diferença com quem não está acostumado.
Então é um jogo considerado perigoso?
É diferente. A Argentina foi para La Paz, com Messi e tudo, e levou 6.
Qual a importância desse 5 a 0 em cima do mesmo The Strongest, depois de uma derrota contra o Santos?
Quando vem a derrota, perde-se um pouco a confiança. O jogador sai mal, triste. Essas vitórias assim levantam a estima. Fazer cinco gols não é fácil. Na parte da classificação o saldo faz diferença.

Sempre se tira aprendizados das derrotas. A gente guarda o jogo contra o Peñarol como exemplo, assim como foi contra o Santos.
 
Não gosto de fazer exames. Quando os médicos examinam, tem que respeitar prazos.
Guiñazu
O que tem de diferente do Inter de 2012 para 2011 e até para o de 2010, campeão?
Não é fácil encontrar jogadores que querem sempre vencer e estar disputando títulos. Contra o Peñarol deve ter sido um dos melhores primeiros tempos que fizemos aqui no Inter. Perfeito. Depois, levamos dois gols em cinco minutos. Futebol é assim.

A gente continua tendo isso ainda. Por isso que a gente fica feliz de disputar a Libertadores. O grupo tem a cabeça vencedora.
Até onde o Inter pode chegar na competição?
A gente se prepara para tudo, mas é feio falar que podemos chegar em tal lugar. Sempre pode acontecer o que houve contra o Peñarol. Mas o Inter tem qualidade para tentar chegar na decisão.
Guiñazu, volante do Inter (Foto: Rafael Antoniutti/ Trato.TXT)

Você voltou a sentir a lesão no joelho esquerdo por causa de uma batida na partida contra o The Strongest, no Beira-Rio, e ficou de fora contra o Juventude. O quanto que você ficou preocupado naquele momento?

Logo quando senti, me apavorei. “Arrebentou, arrebentou”, pensei. Depois de alguns minutos começou a passar a dor. Foi só um susto, mas é preciso ter cuidado. Esse ligamento se usa pra tudo, como frear, cruzar, “chapar”, tudo. Mas não foi nada, Graças a Deus. Só inchou um pouquinho (fala, mostrando a diferença do joelho esquerdo para o direito).
Como foi o tratamento nessas três semanas fora do time? 
Todos os dias em dois turnos, com Mauren (Mansur) e Rodrigo (Rossato). Senti em um treino antes da partida contra o Cruzeirinho. Tentei caminhar um pouco, mas a dor aumentava, aumentava. O Guilherme Caputo viu o problema no joelho e me mandou entrar para o vestiário.

Não gosto de fazer exames. Quando os médicos examinam, tem que respeitar prazos. E saiu uma lesão de grau 2 para 3 no ligamento colateral medial. No outro dia, não conseguia nem mover a perna. 
Perdeu muito fisicamente no período sem treinamentos?
Nada. Eles já te preparam durante o tratamento. A adaptação é rápida e foi contra uma pedreira no Santos. Para mim, um dos melhores do Brasil.
Parecia que eu estava me preparando para jogar contra o Santos. Por mim, já atuaria no jogo anterior. Eles não quiseram me colocar porque não tinha participado ainda de coletivo. Eu tinha me colocado à disposição para ter ficado no banco, pelo menos.
O seu principal medo na carreira é ficar fora do time?
Fiquei desesperado. Falei isso para os médicos. Quando todos vão treinar e você fica ali realizando tratamento é um desespero.
inter santos libertadores neymar guinazu vila belmiro (Foto: Alexandre Lops/Divulgação Inter)O Neymar é um jogadores mais difíceis de serem marcados?
Claro. Mas depois eu assisti o jogo em casa. O segundo tempo foi marcado por foram duas corridas do Neymar, quando o Santos não tocava e nem tabelava mais. Fizemos 2 a 1 e eles perderam a calma um pouco. Mas perdemos a bola e ele saiu em disparada.

Quando o Neymar sai em velocidade, é muito rápido, parece que tem outra marcha, assim como o Messi. Se não é a corrida dele, tínhamos chance de empatar. Estávamos animados.
Mas não é só individual. O Santos tem um grupo muito bom. Sem desmerecer o Neymar, para mim o Ganso é o principal jogador. Um cara pensador no meio-campo faz a diferença. Ele é o nosso Cabezón (D’Alessandro).

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