15 de março de 2012


Obras devem ser retomadas na semana que vem (Foto: Diego Guichard / GLOBOESPORTE.COM)
O otimismo com alguns pequenos indícios de avanço no impasse entre Inter e Andrade Gutierrez na semana passada foi substituído por alertas e respostas mais duras do governo do Rio Grande do Sul nesta quinta-feira. Sem previsão para a assinatura do contrato que garantiria o reinício das obras no Beira-Rio, o governador Tarso Genro foi enfático ao ser questionado sobre o assunto.
- Nossa relação com a AG está esgotada. Eles não apresentaram nenhuma proposta de financiamento até agora e ficam dando declarações como se não tivessem nada a ver com o assunto. A construtora tem de assumir a responsabilidade. Se não o fizerem, serão irresponsáveis - declarou.
Tarso havia dado ultimado de 15 dias, a contar de 1° de março, para encerrar o imbróglio. Diante das dificuldades, o sentimento do governo é de que a reforma no Beira-Rio poderia ser feita por empresas gaúchas ou pelo próprio clube.
Estamos sem perspectiva de acordo"
Otávio de Azevedo, presidente da AG
Em entrevista à Rádio Gáucha na manhã desta quinta-feira, o presidente da Andrade Gutierrez, Otávio de Azevedo, afirmou que não há data marcada para a assinatura do contrato com o Inter.
- O prazo está sendo colocado pela ansiedade de terceiros. Eu sinceramente prefiro não especular e sim dar uma informação precisa. Estamos sem perspectiva de acordo ainda - desconversou o presidente da construtora.


O prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, se mostrou perplexo com a falta de compromisso da empresa.
- Todos estamos perplexos. Tínhamos a expectativa de que nesta segunda ou terça tudo fosse definido, mas, para a minha surpresa, ainda não aconteceu. O tempo está passando. Não estamos vendo a AG dar o ar de sua graça. Vamos aguardar o prazo de hoje. Depois vamos nos reunir com o governador e com o Inter para avaliar a situação – afirmou Fortunati.
Entenda o caso:
- Em maio de 2009, Porto Alegre foi confirmada como uma das sedes da Copa de 2014. O Beira-Rio foi escolhido para abrigar os jogos. Porém, teria de ser reforçado para atender exigências da Fifa.
- No início de 2011, o Inter fechou parceria com Andrade Gutierrez para a realização dos reparos no estádio. A previsão de conclusão da obra era de dois anos e meio. Pouco mais de seis meses depois de iniciar a demolição das arquibancadas, o Inter interrompeu as obras, para evitar os gastos que seriam da construtora.
- Desde junho de 2011 nenhum operário é visto no estádio, e a obra segue estagnada. A construtura buscava parceiros para bancar a reforma. Semanas atrás, divulgou nota e culpou o Banrisul por não liberar o financiamento que garantiria a continuidade dos trabalhos. Até hoje o contrato formal da parceria com o Inter não foi assinado, mas, desta vez, a AG diz que conseguiu os recursos, sem citar participação do Banrisul.
- Em uma das últimas reuniões entre clube e construtora, o Inter exigiu um documento que apresentasse essas garantias, o que ainda não ocorreu. A construtora busca uma linha de crédito de R$ 205 milhões junto ao BNDES.

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