18 de março de 2012


 
presidente luigi inter andrade gutierrez obras beira-rio (Foto: Tomás Hammes/Globoesporte.com)
Enfim, se encerra a novela das obras do Beira-Rio. Após oito meses de impasse, o Inter e a Andrade Gutierrez chegaram a um acordo e assinarão o contrato para a parceria na próxima segunda-feira, em cerimônia marcada para as 11h.
- Depois de inúmeros contratempos e reuniões, chegamos a um bom termo com a construtora e segunda-feira, às 11h, será assinado o contrato no Salão Nobre do Conselho Deliberativo - confirmou o presidente do Inter, Giovanni Luigi, em entrevista coletiva, após mais de três horas de reunião com a Comissão de Obras.

A previsão de Luigi é reiniciar as obras no máximo 10 dias após a assinatura do contrato. O fechamento do estádio para os trabalhos deve ocorrer no final de 2013, devido à reforma do gramado.

Sem cláusula de saída
Um dos principais entraves que impedia o acordo era a cláusula de saída, aquela que permitiria a empreiteira desistir da negociação, mesmo com contrato assinado. De acordo com Luigi, ela foi excluída e o projeto inicial foi plenamente mantido.

Luigi também disse que já comunicou o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, o prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, e também conversou com o presidente da Andrade Gutierrez, Otávio Azevedo. Em contato com a Rádio Gaúcha, Azevedo não escondeu o entusiasmo com o acordo.
- Eu só posso parabenizar os envolvidos. A paixão colorada vai realmente inundar o coração de todos os gaúchos - afirmou.

Inter trabalhava com plano B
Eu estava pronto para
não assinar esse contrato"
Presidente Giovanni Luigi
Visivelmente aliviado com a aproximação do fim do imbróglio, Luigi defendeu-se, afirmando que só fez defender os interesses do clube nesse complicado processo. Também revelou que já estava se preparando para não assinar o acordo.
- Eu estava pronto para não assinar esse contrato, achei que isso não aconteceria mais. Estávamos trabalhando com uma possibilidade muito forte - recorda, em alusão a um plano B como alternativa à empreiteira mineira.

Fortunati vibra: "Página virada"

Em entrevista à TVCOM, o prefeito de Porto Alegre comemorou a definição da data da assinatura. José Fortunati considera o desgaste com a Andrade Gutierrez como "página virada" e diz que o foco é na revitalização do estádio e na evolução das obras do entorno.
- É um momento histórico para Porto Alegre. Creio que as questões emocionais vão ficar num segundo plano. Terminamos essa novela, agora é página virada. Também quero cumprimentar Luigi pela postura durante todo o processo.
Os trabalhos no estádio estão parados há 266 dias. A construtora tem 20 meses, até dezembro de 2013, para finalizar a reforma visando à Copa do Mundo de 2014.
O acordo ocorre exatamente no prazo dado pelo governador Tarso Genro, que havia estipulado um limite de 15 dias, a contar de 1° de março, para encerrar o imbróglio. Diante das dificuldades, Tarso chegou a cogitar que a reforma poderia ser feita por empresas gaúchas ou pelo próprio clube.
Obras devem ser retomadas na semana que vem (Foto: Diego Guichard / GLOBOESPORTE.COM)Obras estão perto de ser retomadas (Foto: Diego Guichard / GLOBOESPORTE.COM)
Entenda o caso

- Em maio de 2009, Porto Alegre foi confirmada como uma das sedes da Copa de 2014. O Beira-Rio foi escolhido para abrigar os jogos. Porém, teria de ser reforçado para atender exigências da Fifa.
- No início de 2011, o Inter fechou parceria com Andrade Gutierrez para a realização dos reparos no estádio. A previsão de conclusão da obra era de dois anos e meio. Pouco mais de seis meses depois de iniciar a demolição das arquibancadas, o Inter interrompeu as obras, para evitar os gastos que seriam da construtora.
- Desde junho de 2011 nenhum operário é visto no estádio, e a obra segue estagnada. A construtura buscava parceiros para bancar a reforma. Semanas atrás, divulgou nota e culpou o Banrisul por não liberar o financiamento que garantiria a continuidade dos trabalhos.
- Em uma das últimas reuniões entre clube e construtora, o Inter exigiu um documento que apresentasse essas garantias, o que ainda não ocorreu. A construtora buscava uma linha de crédito de R$ 205 milhões junto ao BNDES e chegou a divulgar nota avisando que havia conseguido as garantias necessárias.

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