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Com prazos prestes a virarem pó e cercados de cobranças por todos os lados, Inter e Andrade Gutierrez conseguiram, em pouco mais de 24 horas, reverter as expectativas que apontavam para um impasse sem fim. Por volta das 21h10 desta sexta-feira, ficou decidido que o contrato entre clube e construtora será assinado na segunda, às 11h, para que as obras do Beira-Rio sejam retomadas, após oito meses de paralisação.
Dos discursos inflamados à entrevista de puro alívio do presidente do Inter, Giovanni Luigi, o GLOBOESPORTE.COM relembra as últimas horas até o acerto e a certeza de que Porto Alegre, enfim, receberá jogos da Copa do Mundo de 2014.
Manhã de quinta: troca de farpas
No dia 1º de março, o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, estipulou o prazo de 15 dias para que Inter e AG se entendessem. Nesta sexta, dia 16, portanto, chegava-se à data crucial. Antes, na quinta, Tarso fez críticas fortes à construtora. Falou inclusive em "relação esgotada".
Dos discursos inflamados à entrevista de puro alívio do presidente do Inter, Giovanni Luigi, o GLOBOESPORTE.COM relembra as últimas horas até o acerto e a certeza de que Porto Alegre, enfim, receberá jogos da Copa do Mundo de 2014.
Manhã de quinta: troca de farpas
No dia 1º de março, o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, estipulou o prazo de 15 dias para que Inter e AG se entendessem. Nesta sexta, dia 16, portanto, chegava-se à data crucial. Antes, na quinta, Tarso fez críticas fortes à construtora. Falou inclusive em "relação esgotada".
- Nossa relação com a AG está esgotada. Eles não apresentaram nenhuma proposta de financiamento até agora e ficam dando declarações como se não tivessem nada a ver com o assunto. A construtora tem de assumir a responsabilidade. Se não o fizerem, serão irresponsáveis - declarou.
Em entrevista à Rádio Gáucha no mesmo dia, o presidente da Andrade Gutierrez, Otávio de Azevedo, afirmou que não havia data marcada para a assinatura do contrato com o Inter. E chegou a tratar Tarso como um "terceiro".
- O prazo está sendo colocado pela ansiedade de terceiros. Eu sinceramente prefiro não especular e sim dar uma informação precisa. Estamos sem perspectiva de acordo ainda - desconversou o presidente da construtora.
- O prazo está sendo colocado pela ansiedade de terceiros. Eu sinceramente prefiro não especular e sim dar uma informação precisa. Estamos sem perspectiva de acordo ainda - desconversou o presidente da construtora.
Tarde/noite de quinta: expectativa e frustração
Ao final de um dia em que as tensões entre Inter, Andrade Gutierrez e governo do Rio Grande do Sul se acirraram, a construtora e o clube se manifestaram reforçando a manutenção das negociações para a assinatura de contrato. No início da noite, chegou a ser especulada a informação de que o acordo havia sido fechado - o que foi desmentido pelas duas partes, causando frustração no estado.
De acordo com o vice-presidente do Inter, Dannie Dubin, o clube decidiu mudar a postura e não mais estipular prazos.
- Não fazemos nada de forma misteriosa ou na calada da noite. Ainda mais uma coisa importante como essa. Estamos esperando há seis meses pela definição. Decidimos não dar nenhum tipo de prazo - informou.
- Não fazemos nada de forma misteriosa ou na calada da noite. Ainda mais uma coisa importante como essa. Estamos esperando há seis meses pela definição. Decidimos não dar nenhum tipo de prazo - informou.
Manhã de sexta: um Luigi pessimista
Causou surpresa o discurso pessimista de Luigi, de uma quase desistência perante o imbróglio. Pela primeira vez, o presidente do Inter cogitou de maneira aberta a ideia de talvez não assinar o acordo com a AG.
- As negociações seguem, não posso estipular que seja hoje, semana que vem ou inclusive de que não tenha assinatura - frisou, com semblante sério, preocupado.
Sem entrar em detalhes, Luigi disse que havia "entraves" que não permitiam a assinatura com a AG. Entre eles, citou a cláusula de saída, aquela que permitia a empreiteira desistir da negociação, mesmo com contrato assinado.
Tarde de sexta: reunião extraordinária e interminável
A direção do Inter convocou para esta sexta-feira uma uma reunião extraordinária da Comissão de Obras. Por volta das 17h, Luigi chegou ao Beira-Rio e justificou a razão do encontro. A ideia era apresentar aos dirigentes algumas condições colocadas pela Andrade Gutierrez no processo de confecção do contrato.
- Vim para dar uma satisfação à comissão - avisou, antes de ser separado da imprensa por um segurança.
Noite de sexta-feira: do otimismo ao acerto
Tarde de sexta: reunião extraordinária e interminável
A direção do Inter convocou para esta sexta-feira uma uma reunião extraordinária da Comissão de Obras. Por volta das 17h, Luigi chegou ao Beira-Rio e justificou a razão do encontro. A ideia era apresentar aos dirigentes algumas condições colocadas pela Andrade Gutierrez no processo de confecção do contrato.
- Vim para dar uma satisfação à comissão - avisou, antes de ser separado da imprensa por um segurança.
Noite de sexta-feira: do otimismo ao acerto
Por volta das 19h, duas horas depois do início da reunião, conselheiros começaram a deixar o Beira-Rio. E com discurso otimista. Extraoficialmente, já se falava que o principal entrave começava a ser superado - no caso, a cláusula de saída.
O ex-vice-presidente João Patrício Hermann adiantou que "a coisa está andando".
O ex-vice-presidente João Patrício Hermann adiantou que "a coisa está andando".
- O presidente deu ciência para a comissão sobre as coisas que estão acontecendo. Ainda não há nada concreto. Deu uma avançada com a AG. O presidente está decidindo o melhor para o clube. A coisa está andando - afirmou.
Por volta das 21h, a porta da sala da presidência se abriu para o ingresso da imprensa. Ali, cerca de 10 minutos depois, surgia Giovanni Luigi, atarantado em telefonemas no celular. Cercado de microfones, anunciou o tão aguardado fim da novela.
- Depois de inúmeros contratempos e reuniões, chegamos a um bom termo com a construtora e segunda-feira, às 11h, será assinado o contrato no Salão Nobre do Conselho Deliberativo - confirmou, após mais de três horas de reunião com a Comissão de Obras.
A previsão de Luigi é de reiniciar as obras no máximo 10 dias após a assinatura do contrato. O fechamento do estádio para os trabalhos deve ocorrer no final de 2013, devido à reforma do gramado.
Entenda o caso
- Em maio de 2009, Porto Alegre foi confirmada como uma das sedes da Copa de 2014. O Beira-Rio foi escolhido para abrigar os jogos. Porém, teria de ser reforçado para atender exigências da Fifa.
- Em maio de 2009, Porto Alegre foi confirmada como uma das sedes da Copa de 2014. O Beira-Rio foi escolhido para abrigar os jogos. Porém, teria de ser reforçado para atender exigências da Fifa.
- No início de 2011, o Inter fechou parceria com Andrade Gutierrez para a realização dos reparos no estádio. A previsão de conclusão da obra era de dois anos e meio. Pouco mais de seis meses depois de iniciar a demolição das arquibancadas, o Inter interrompeu as obras, para evitar os gastos que seriam da construtora.
- Desde junho de 2011 nenhum operário é visto no estádio, e a obra segue estagnada. A construtura buscava parceiros para bancar a reforma. Semanas atrás, divulgou nota e culpou o Banrisul por não liberar o financiamento que garantiria a continuidade dos trabalhos. Depois, a AG disse que conseguiu os recursos, sem citar participação do Banrisul.
- Em uma das últimas reuniões entre clube e construtora, o Inter exigiu um documento que apresentasse essas garantias, o que ainda não ocorreu. A construtora buscava uma linha de crédito de R$ 205 milhões junto ao BNDES.
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