A Justiça determinou, a CBF já reconheceu, mas o meia Oscar não vai se reapresentar ao São Paulo. Pelo menos é o que afirmou o advogado do atleta, André Ribeiro, nesta quinta-feira. O representante jurídico do atleta já está preparando um recurso, mas disse que o jogador, de 20 anos, seguirá treinando no Internacional.
– Ainda há muitas ferramentas para esse caso. O estranho dessa decisão é que fere um contrato existente entre o jogador e o clube gaúcho, que não é parte integrante do processo. Existem compromissos assumidos com o Internacional. O que posso dizer é que Oscar seguirá treinando lá e que, se for o caso, ele prefere ficar sem jogar a voltar ao São Paulo, time em que não deu certo – afirmou Ribeiro, em conversa por telefone com a reportagem do GLOBOESPORTE.COM.
Oscar foi revelado nas categorias de base do clube paulista. No entanto, entrou em litígio com a direção tricolor e conseguiu a rescisão contratual em junho de 2010. Logo depois, assinou contrato com o Colorado, time em que ganhou projeção nacional.
O São Paulo, porém, entrou com recurso. Em 8 de fevereiro, o TRT-SP reviu a decisão e deu ganho de causa ao Tricolor na briga pelos direitos econômicos de Oscar. No entanto, o texto do acórdão deixou margem a dúvidas. Por isso, a CBF não alterou o registro do meia, que seguiu no Inter.
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Na última quarta, a Justiça confirmou a sentença que determinava o reestabelecimento o vínculo entre Oscar e o Tricolor. Apesar de a revisão de decisões não ser algo raro na Justiça, André Ribeiro se mostrou surpreso com a decisão tomada na última quarta.
– Havia uma decisão de 2010, tomada pelo próprio Tribunal Regional do Trabalho, que reconhecia o direito do Oscar de assinar com outro clube. E agora essa decisão foi sobreposta. Hoje, então, posso dizer que o Oscar tem vínculo com dois clubes. Dessa maneira, ele é o prejudicado, porque não pode jogar. Com a decisão do Tribunal, ele passou a ter acordo com dois times e a CBF fez a sua escolha. O jogador não pode ser obrigado a atuar por um time que não quer – afirmou o advogado.
Vale ressaltar, porém, que não foi bem uma escolha da CBF: o órgão foi notificado pelo TRT-SP, que deteminou a alteração do registro do meia.
André Ribeiro disse que Oscar aceita conversar com o São Paulo para discutir o pagamento da rescisão contratual. No entanto, o meia não coloca em pauta os valores que o clube do Morumbi quer para tal rescisão – cerca dos R$ 40 milhões.
– Existe uma discussão sobre o contrato do atleta. Em 2010, entrou em vigor uma lei que não limita o valor da multa ao tempo restante de contrato, o clube pode pedir o valor que quiser. É nisso que o São Paulo se apoia. Mas o vínculo do jogador é de 2007, quando existia o regulamento anterior. Por isso, chega-se ao valor de R$ 9,5 milhões. O Oscar está disposto a chegar a um acordo.
A questão entre Oscar e Internacional não é simples de ser resolvida porque, além de assinar quando estava livre pela Justiça, o jogador negociou 50% dos seus direitos econômicos com o clube gaúcho por € 3 milhões (R$ 6,9 milhões). Do lado são-paulino, a afirmação do advogado do atleta foi rebatida pelo vice-presidente de futebol do clube do Morumbi, João Paulo de Jesus Lopes.
– A situação não é bem essa. Eles (representantes) vão parar e pensar. Existe uma decisão judicial que precisa ser respeitada. Hoje, ele já deveria estar aqui, mas vamos ter alguma tolerância. Vamos notificá-lo e esperar que apareça. Se isso não ocorrer, tomaremos as providências cabíveis – disse o dirigente.
Sobre o que falou o presidente do Internacional, Giovanni Luigi, que afirmou haver “remédios jurídicos” para o caso, Jesus Lopes ironizou:
– Eu não sabia que ele era farmacêutico.
Oscar foi cortado da partida do Internacional com o The Strongest-BOL, na última quarta, por conta desse impasse.
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