4 de outubro de 2012

Inter minimiza excesso de lesões, mas repensa planejamento de 2013

No momento em que o departamento médico do Inter estava em processo de esvaziamento, D’Alessandro voltou a levantar a pauta “lesões”, problema que tanto rondou o clube na temporada. Por causa de um edema muscular na coxa esquerda, o argentino passará pelo menos dez dias em tratamento, desfalcando a equipe em fase de definições no Brasileirão. Os médicos colorados, no entanto, minimizam o que poderia ser um excesso de lesões.

O argumento é simples: dores musculares fazem parte do futebol. Há um consenso, entretanto, que algo deverá ser mudado a partir do início de 2013. As alterações terão reflexo na pré-temporada, o período de trabalhos físicos intensivos que servem de base para a preparação do ano inteiro.

- Não é difícil explicar lesões, uma por uma. Eles vão ter lesões, faz parte do esporte. Pretendemos fazer uma preparação adequada. Vocês sabem que algumas coisas são políticas, com exigências necessárias. Quem sabe aumentar o número de atletas. Bom treinamento previne também - avalia o diretor do departamento médico do Inter, Paulo Rabello.
Neste ano, em função da pré-Libertadores, o Inter teve de cortar etapas e diminuir a pré-temporada, realizada na serra gaúcha. Com apenas duas semanas de trabalho, já teve de estrear no Gauchão, em rodada adiantada. O problema é que o clube "corre o risco" justamente de, em 2013, repetir o filme de 2012 e cair na fase preliminar da competição sul-americana, caso encerre o Brasileirão em quarto.
Coordenador da preparação física do Inter, Élio Carravetta diz que o recomendado seria de quatro a cinco semanas de pré-temporada - algo visto como impraticável pelo calendário brasileiro. Dessa forma, uma maneira de apaziguar o período curto e trabalhar melhor a preparação física seria o de aumentar o grupo de trabalho.
- Pela realidade no futebol brasileiro, serão necessários dois times para jogar, se continuar esse calendário. Nesse ano, tivemos de diminuir o volume porque eram dois jogos decisivos pela Libertadores. E perderíamos muito se fosse uma partida contra uma equipe melhor preparada. Mas temos uma realidade e precisamos buscar alternativas com a comissão técnica - avalia Carravetta.
D’Alessandro sofreu a quarta lesão somente em 2012. Foi ausência de última hora na partida contra o Cruzeiro por sentir a “perna pesada”. Como processo de prevenção, realizou exame de imagem na noite de segunda. O resultado foi positivo para o jogador: estaria disponível para Fernandão.
Desfalques contra o Santos
D’Alelesão na coxa esquerda
Índiodores na virilha
Damiãoentorse no tornozelo
Bolívartendinite na coxa
Tudo virou na quarta-feira, quando o gringo começou o trabalho com bola e voltou a acusar dores na coxa esquerda. Saiu enfezado do trabalho, lançando o colete no gramado. Desta vez, o novo exame de imagem apontou o motivo das dores: lesão de grau 1.
- Nós fazemos trabalhos de prevenção, estamos aqui para tratar os atletas. Daqui uma semana, todo mundo estará jogando de novo. O D’Alessandro está sem confiança para fazer alguns movimentos. Treinou fisicamente normalmente e sentiu dores ao executar movimentos do futebol, como giros. O exame não deu muita coisa, mas não temos a garantia de que possa seguir atuando nesse momento - explica Rabello.
Com problema na virilha, Índio também virou desfalque, assim como Bolívar, que sofre de tendinite na musculatura da coxa. E o problema de última hora foi com Leandro Damião. O centroavante iria ficar no banco no Superclássico das Américas contra a Argentina, na noite desta quarta-feira, mas a partida acabou sendo cancelada. No retorno a Porto Alegre, reclamou de inchaço no tornozelo – resultado de uma entorse.
Leandro Damião na coletiva da Seleção (Foto: Rodrigo Faber / Globoesporte.com)Leandro Damião na coletiva da Seleção
(Foto: Rodrigo Faber / Globoesporte.com)
Para o presidente do Inter, Giovanni Luigi, Damião permaneceria no banco justamente por causa da lesão, embora o camisa 9 tivesse treinado e aquecido normalmente. Preocupado com o atacante, o dirigente, inclusive, “torceu” para que a partida fosse adiada.
- Fiquei torcendo para o jogo não sair. Acredito que, pela forma como o Damião estava, não teria chance de atuar - opinou o dirigente, em contato com a Rádio Gaúcha.
O consolo para o departamento médico é que nenhuma das lesões tem previsão maior do que em 10 dias. Ou seja, Fernandão terá o grupo completo para a reta final do Brasileirão se ninguém voltar a sentir. No entanto, o histórico da temporada é negativo.

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