18 de setembro de 2012

Davi dá carta branca a Fernandão no Inter e não descarta liberar jogadores


Para tirar o Inter da "zona de conforto", como diagnosticou Fernandão, a direção não descarta uma sacudida no vestiário. Mas isso não quer dizer que o técnico esteja com o emprego em risco. Pelo contrário. Ele segue respaldado pela alta cúpula vermelha. Entretanto, caso algum jogador demonstre não estar comprometido deixará o Beira-Rio até o término do Brasileirão. O alerta vem do vice de futebol Luciano Davi.

O fraco primeiro tempo do Inter contra o Sport, que culminou no desabafo de Fernandão, ainda repercute no Beira-Rio. Davi permanece irritado com o desempenho apresentado nos 45 minutos iniciais, quando o time perdeu por 2 a 0 (na segunda etapa, os gaúchos melhoraram e empataram a partida em 2 a 2). O dirigente reiterou que concorda com todas as críticas do treinador, que chegou a declarar que, "quem não quiser que a direção dê férias e continue pagando". Segundo Davi, o jogador pode treinar em separado ou mesmo deixar o clube, assim como já ocorreu com o meia-atacante Jajá:

– O Jajá foi um caso. Se tiver um jogador que não esteja a fim, ele não permanecerá. Ele vai embora.

Davi, assim como fez Fernandão, evitou criticar publicamente Leandro Damião, D’Alessandro e Diego Forlán. O desabafo do treinador, embora sem dizer os nomes, tinha como alvo o trio ofensivo da equipe. O capitão da Libertadores e do Mundial em 2006 disse que Fred era quem assumia a responsabilidade e citou a vontade de outros, como Índio, Rodrigo Moledo, Guiñazu. Já o dirigente afirmou que todos precisam atacar e defender com a mesma intensidade.
Apesar do tom forte no discurso, o dirigente espera que o grupo não se rebele contra Fernandão. Davi não teme que o técnico perca o controle do vestiário e promete estar ao lado para evitar qualquer tipo de "corpo mole":

– Nós vamos fazer de tudo para que ele mantenha o controle e que ninguém se rebele. Dou total respaldo ao Fernandão e não há possibilidade de ele sair antes de dezembro.

O dirigente ainda disse que Bolívar retornará ao grupo assim que estiver recuperado fisicamente. Ele afirma que o processo já foi realizado com João Paulo e deu resultado e rechaçou um possível privilégio ao ex-capitão da equipe e principal liderança do vestiário, o que poderia fazer os outros jogadores que fossem tirados do time pedir o mesmo tratamento:

– O caso do Bolívar é o mesmo do João Paulo. O João Paulo precisou fazer um trabalho físico especial e já está dando um resultado bem interessante. Assim que o Bolívar estiver na plenitude da forma física, ele volta a ficar à disposição do Fernandão.

Davi reiterou a confiança na qualidade do grupo. Até por isso, avalia o desempenho como muito aquém do esperado. Ele reafirmou que o Inter precisa recuperar o tempo perdido para retornar à luta pela Libertadores. De acordo com o vice de futebol, o segundo tempo serve como parâmetro para o resto da competição. O dirigente revela que houve uma mudança de comportamento no intervalo, após as cobranças realizadas:

– O Internacional ocupa o sétimo lugar (com 37 pontos, seis atrás do Vasco, último time que estaria garantindo uma vaga ao torneio sul-americano em 2013, e 16 do líder Fluminense). A gente tem um plantel qualificado e precisa ser cobrado. O nível está muito baixo. O Internacional está devendo. Depois da cobrança, o desempenho foi outro. Precisamos jogar assim os 90 minutos e não só um tempo.

A contratação do executivo de futebol segue em pauta. Davi evita estipular um prazo, mas deseja definir o profissional até o final de setembro. O dirigente evita falar de um nome e deixa todos os gestores da área como postulantes ao cargo deixado por Fernandão quando este assumiu a função de treinador em julho:

– Todos que trabalham me interessam. Tem o Felipe Ximenez (Coritiba), o Newton Drummond (Vitória), Rodrigo Caetano (Fluminense).

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