25 de setembro de 2012

Triste por falta de vaga, Dátolo admite que errou em discussão com técnico


Uma das principais contratações do Inter na temporada vive fase "delicada" no clube. A definição parte do próprio Dátolo, que vê a possibilidade de atuar barrada por uma regra da CBF, antes desconhecida por ele e que não o havia atrapalhado, por exemplo, nos tempos de Libertadores: o limite de três estrangeiros por partida. Dessa forma, a equipe de Fernandão passa a ter um reserva de luxo, de passagem por seleção argentina e cenário europeu, que sequer pode figurar no banco - exemplo do último domingo, de vitória colorada sobre o Bahia, sem a participação do meia.

A chateação de Dátolo foi estampada no treinamento da última quinta-feira, e nada teve a ver com o técnico, garante o argentino. De acordo com o jogador, a discussão não deve ser tratada como uma briga ou um atrito permanente (veja vídeo abaixo). Dátolo considera o incidente como uma reação criada a partir de um desabafo pessoal do atleta, ao chutar para longe uma bola durante os trabalhos.

- Estava um pouco nervoso pela situação de não jogar. Só isso - comentou Dátolo, em contato com o GLOBOESPORTE.COM.
Dátolo aproveitou a segunda-feira de folga para ficar em casa com amigos e familiares de Buenos Aires, repousando e ganhando forças para a sequência do trabalho. Em cada frase, demonstrou o sentimento de frustração com a impossibilidade de atuar.
Em solo gaúcho, Dátolo foi um jogador que dispensou adaptação. Estreou em clássico Gre-Nal e com direito a gol com apenas 21 minutos de partida. A boa fase instantânea foi comprovada nas partidas seguintes, sendo eleito o craque do Gauchão. No total, soma dez gols e três assistências em 26 jogos.
A ascensão do meia acabou sendo travada por um problema físico. Em junho, foi submetido a uma cirurgia de púbis, permanecendo dois meses em tratamento. Agora, em momento de boa fase física, somente treina aguardando a suspensão de um dos três gringos titulares – D’Alessandro, Diego Forlán e Guiñazu – para abrir a janela e tentar mostrar a qualidade de quando emendou sequência de jogos com a camisa 23.

- Preciso jogar, necessito alimentar a mim mesmo (de futebol), saber que posso estar em campo por minha condição e não por culpa do excesso de estrangeiros - comentou.

Confira os principais trechos da entrevista:
GLOBOESPORTE.COM - Como aconteceu a discussão com Fernandão? O que houve realmente?
Jesus Dátolo - Estávamos treinando normalmente (participando de coletivo). Não marcaram uma falta, depois outra (em cima dele). Fiz mal em dar um balão, chutar a bola para longe. Não foi nada demais. Mas um profissional não pode ter esse tipo de reação. Estava um pouco nervoso pela situação de não jogar. Só isso.
Vocês conversaram depois?
Não tivemos possibilidade de conversar. O treinador sabe que não vou fazer esse tipo de coisa de propósito. Estou só passando por um momento ruim por não jogar.
Fiz mal em dar um balão, chutar bola para longe. Não foi nada demais. Mas um profissional não pode cometer esse tipo reação. Estava um pouco nervoso pela situação de não jogar. Só isso.
Dátolo, meia do Inter
Qual o sentimento de ficar de fora até mesmo do banco por causa de uma regra?
Estou trabalhando para estar bem no momento em que for chamado. Estou com muita gana para atuar, dar satisfações para os torcedores em campo.
Sabia do limite de estrangeiros no Brasil?
Não sabia, sinceramente.
O que pretende fazer em relação a isso?
A única coisa que possa fazer é seguir treinando, como faço agora naturalmente. Estou muito feliz no Inter e minha ideia é seguir atuando no Inter, continuar no clube. Vou esperar para ver até o final do ano para ver como estarão as coisas. Preciso jogar para me sentir vivo, ser útil para o Inter. Minha cabeça está no clube, estou trabalhando duro para atuar. Desde que cheguei, estou muito contente com essa camisa. Não penso em tempo porque desejo permanecer muitos anos. Se me derem possibilidade de atuar, estarei feliz. Quando estou na rua ou no shopping, os torcedores conversam comigo, querem que eu atue. Vou trabalhar na semana e ser paciente para responder em campo. 
Como está física e tecnicamente?
Estou perfeito, muito bem. Me sinto feliz em relação à parte física, trabalhando com os professores Élio Carravetta e Galo (Flávio Soares).
Como melhor jogador do Gauchão, acha que merecia ser mais utilizado?
Preciso jogar, necessito alimentar a mim mesmo, saber que posso estar em campo por minha condição e não por culpa do excesso de estrangeiros. Fico um pouco nervoso com a não possibilidade de atuar, é um momento delicado. Nunca pensei que passaria por isso. Mas sou um profissional e aceito as condições do clube.

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