Como se não fosse suficiente o período turbulento pelo qual passa o Inter no Brasileirão, o time ainda sofre com as alterações frequentes em sua formação. O problema tão lamentado por Dorival Júnior quando era o técnico da equipe permanece com Fernandão. O treinador nunca repetiu os 11 iniciais de um jogo para o outro. Ao utilizar o garoto Rodrigo Dourado durante o primeiro tempo no empate em 2 a 2 com o Sport no último domingo, o técnico chegou à marca de 33 atletas em 15 partidas à frente dos vermelhos.
Deste total, apenas o goleiro Muriel esteve presente em todos os confrontos. Ou seja, 32 jogadores de linha participaram de, pelo menos, alguns minutos da campanha colorada no nacional. Como um time atua com 10 atletas fora o arqueiro, os números mostram que Fernandão já colocou três times em campo mais dois "suplentes".
O número é tão alto que, para efeitos de comparação, o Fluminense, líder do campeonato com 53 pontos (16 à frente do Inter), colocou 31 jogadores durante as 25 partidas. O Atlético-MG utilizou 27, enquanto o Grêmio, terceiro do torneio com 48 pontos, tem um número ainda menor: apenas 26 receberam oportunidade com Vanderlei Luxemburgo. O líder em modificações na equipe no nacional é o Santos, com 41 atletas, seguido do Coritiba, com 40.
Atrás da escalação ideal, o treinador encontrou em Fred um dos seus esteios. O meia ocupa o segundo lugar entre os mais acionados por Fernandão. O camisa 35 disputou 14 partidas, contribuiu com quatro assistências e marcou dois gols. O garoto de 19 anos, apesar da pouca idade, não sentiu o "peso da camisa" e assumiu a responsabilidade, como foi dito pelo comandante colorado em seu contundente discurso após o empate contra o time pernambucano no final de semana:
- Quando aperta, o Fred assume a responsabilidade. Ele tem uma carreira imensa pela frente por tudo o que proporciona. Pela parte ofensiva e defensiva. É diferenciado em todos os sentidos.
Ainda aparecem no topo da lista dos mais assíduos o zagueiro Índio, com 13 partidas, e Guiñazu e Elton, com 11 enfrentamentos cada. Enquanto o volante é titular incontestável, Elton aproveitou as ausências de Ygor, D'Alessandro, além do próprio Guina, para cavar seu espaço entre os atletas que começam uma partida. No empate em 0 a 0 com o Vasco, Fernandão o improvisou como lateral-direito.
Bolívar, que foi titular no começo do trabalho do ídolo na casamata, perdeu sua condição de titular para Rodrigo Moledo. Ex-capitão do time e principal liderança do vestiário, o camisa 2 teve uma conversa com Fernandão e, até recuperar sua plenitude física, seguirá fora, inclusive, da lista de concentrados para os jogos.
A relação dos jogadores utilizados pelo treinador colorado ainda apresenta Jajá, que deixou o clube por não se adequar à cartilha pregada no vestiário; Maurides, que retornou ao time sub-23; Otávio, apontado como uma das novas promessas do Inter, mas que sofreu uma fissura esquerda; e Rafael Pernão, que entrou na vaga de Diego Forlán no empate em 0 a 0 contra o Náutico.
O número pode crescer ainda mais se Fernandão levar à risca o que disse após o jogo contra o Sport. Irritado com a falta de comprometimento de alguns jogadores, ele deixou aberta a possibilidade de sacar alguns "medalhões" e dar mais chances aos garotos que estão surgindo no clube.
Jogadores testados por Fernandão no Brasileirão | |
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15 jogos | Muriel |
14 jogos | Fred |
13 jogos | Índio |
11 jogos | Guiñazu e Elton |
10 jogos | Bolívar, Forlán, Nei e Fabrício |
9 jogos | Ygor |
8 jogos | Jajá |
7 jogos | Rodrigo Moledo e Lucas Lima |
6 jogos | Marcos Aurélio, D´Alessandro, Josimar, Leandro Damião e Dagoberto |
5 jogos | Kleber e Rafael Moura |
4 jogos | Edson Ratinho, Bolatti, Mike, Dátolo, Cassiano e Maurides |
3 jogos | Juan |
2 jogos | João Paulo e Zé Mário |
1 jogo | Otávio, Jakson, Rodrigo Dourado e Rafael Pernão |
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