Da euforia ao descrédito. A análise interna do Internacional sobre Diego Forlán é bem clara: ele ainda não disse a que veio. Em pouco mais de 70 dias, o Colorado mudou bastante sua visão sobre o jogador. Contratado quase sem custos, mas por um salário alto, o uruguaio chegou ao décimo jogo no Brasil sem ter emplacado. Com apenas dois gols marcados, ele é um dos alvos da irritação de Fernandão. E pode, sim, perder lugar na equipe titular muito em breve.
As críticas diretas e indiretas para o camisa 7 são inéditas. Mesmo no pior momento técnico dele, com uma série de gols incríveis perdidos, a diretoria deu apoio. Defendeu. Usou a readaptação como argumento e bancou Forlán. Agora não mais.“O Diego tem a virtude dele. Para jogar aqui tem que realmente se dedicar. Quando estiver cansado é avisar. E quando estiver em campo tem que cumprir a função. Eu não posso ficar com três ou quatro jogadores parados. Não peço para que marque igual ao Guiñazu, mas você recompor tem que existir. Aqui no Brasil o nível é muito difícil. Ou a mentalidade muda ou vamos mudar as peças aqui para diante”, disparou Fernandão.
“Vamos cobrar o Forlán, sim. Ele ainda não disse a que veio”, afirmou um dirigente do Inter à reportagem.
Forlán estreou pelo Inter contra o Vasco, em 28 de julho. Aguentou pouco mais de 60 minutos em campo e não marcou. Só quebrou o jejum de gols diante do Flamengo, naquela que é a última vitória vermelha no Brasileirão, em 2 de setembro.
No meio deste caminho, virou até motivo de piada na internet por gols perdidos contra Palmeiras, Coritiba e Grêmio. No confronto com o Botafogo, Forlán ficou na reserva por cansaço em virtude dos jogos pela seleção uruguaia. Entrou no começo do segundo tempo e teve atuação para lá de discreta.
No próximo domingo, diante do Bahia, o Internacional precisa vencer para aplacar sua crise interna. Seu conflito particular. E Forlán pode sobrar do time. Para isso é preciso que Dagoberto esteja recuperado de lesão muscular. Antes, porém, Fernandão reunirá o elenco para usar as próprias declarações públicas em cobrança direta.
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