1 de setembro de 2012

Foco na bola: Fernandão se esquiva de protestos e reencontro com Dorival


Contra a turbulência, Fernandão se blindou. Assim pode ser analisada a postura do técnico do Inter após quatro jogos, um ponto ganho e muita pressão, amplificada com a invasão de torcedores ao treino de sexta-feira e o reencontro com Dorival Júnior no domingo. A esses dois últimos fatos, Fernandão prefere ficar alheio. A área técnica é o seu abrigo e única chance de provar que pode recuperar a equipe. Diante dos microfones, cautela total.
Passaram-se 44 dias desde que Dorival foi demitido do Inter. A direção colorada, em vez de buscar um dos nomes que estavam no mercado, apostou em Fernandão, então diretor técnico colorado. A saída de Dorival ocorreu em uma reunião com o presidente Giovanni Luigi e membros da alta cúpula vermelha, menos Fernandão.
Questionado em entrevista coletiva na sexta-feira, o atual comandante do Inter tratou de minimizar o confronto contra o ex subordinado, diante do Flamengo às 16h de domingo, no Beira-Rio. Para Fernandão, o jogo válido pela 21ª rodada do Brasileirão será contra tão somente contra o time carioca, diante de mais um treinador com mais bagagem na função do que ele:
- Eu não enfrento treinador nenhum. Antes enfrentei o Felipão, que é campeão do mundo, e o Vanderlei Luxemburgo. Eu vou enfrentar o Dorival e, depois, o Ney Franco. Vou enfrentar o Flamengo. Ele é o meu adversário. E, como estou começando a carreira, todos os times terão técnicos mais experientes do que eu.

Campanha de Dorival é superior
Dorival foi demitido do Inter no dia 20 de julho. Sua situação ficou insustentável após o revés para o Atlético-MG, na 10ª rodada. Ele deixou o Colorado com quatro vitórias, quatro empates e duas derrotas no Brasileirão, além dos títulos da Recopa e o Gauchão. O ex-treinador do Inter também não vê clima de rivalidade em sua volta ao Beira-Rio.
- Será um reencontro tranquilo, como foi a chegada, como foi a saída. Fiquei no Inter um ano, tive duas conquistas importantes, fizemos um campeonato regular, foram 11 derrotas em quase 12 meses. Fico contente por ter tido uma boa passagem pelo Inter e por ter participado de uma das melhores equipes do futebol brasileiro - avaliou, diplomático.
Curiosamente, Fernandão também comandou o time gaúcho em dez oportunidades. Mas o ídolo vermelho tem um desempenho pior do que o antecessor, com quatro triunfos, três empates e três derrotas, e vem de quatro partidas sem conquistar os três pontos. O rendimento insatisfatório gera desconforto no Beira-Rio.
"O torcedor tem o direito de se manifestar"
Na última sexta-feira, torcedores invadiram o estádio colorado, soltaram rojões, gritaram palavras de ordem e criticaram o presidente Giovanni Luigi. Um novo protesto está programado para a manhã deste sábado. Fernandão entende, porém, que a pressão das arquibancadas não influencia o trabalho dentro de campo:

– O torcedor tem o direito de se manifestar. Ele se volta contra o time e o treinador por conta do momento. Já passei por inúmeros tipos de pressão. Não é questão de atrapalhar ou não. Nós precisamos trabalhar. A gente precisa melhorar para tentar reverter a situação do momento. Tenho convicção no trabalho. 
Invasão Torcida do Internacional (Foto: Wesley Santos / Gazeta Press)

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